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terça-feira, 9 de maio de 2017

Chutzpah

“Chutzpah” (pronuncia-se “rrutspá”) é uma expressão em ídiche que acabou sendo incorporada ao inglês, detendo inclusive a honra de ter sido usada em uma sentença proferida pelo falecido Antonin Scalia na Suprema Corte americana. Alguns a traduzem como “audácia”, ou “ousadia”, mas a melhor definição que ouvi é: demonstra chutzpah o réu que, acusado de matar seus pais, pede clemência à corte por ser um pobre órfão.

No Brasil, chutzpah também poderia ser exemplificada por economistas cujas ideias e ações quebraram o país lançando manifestos em que defendem as mesmas ideias e ações que quebraram o país.

Apesar da seriedade do assunto (não do manifesto), não pude conter gargalhadas ao ler reclamações sobre o “esquartejamento” da Petrobras, a decadência da “renascida” indústria naval e a piora da distribuição de renda, entre outras pérolas.

Como se não fosse o uso irresponsável da Petrobras (incluindo seu aparelhamento para fins de financiamento de caixa dois e roubalheira) que a tivesse levado a se tornar a petroleira mais endividada do mundo. Como se pudéssemos ignorar que o símbolo da “renascida” indústria naval seja a Sete Brasil, empresa não apenas falida, como ligada a escândalos de corrupção de toda sorte. Como se a piora da distribuição de renda não tivesse já começado sob o governo de Dilma Rousseff, em boa medida por conta da forte elevação da inflação no período.

Já as medidas de política econômica não são menos ridículas, representando essencialmente uma tentativa de reviver a Nova Matriz, esta sim uma pobre órfã.

Pede-se, por exemplo, uma regra de política fiscal contracíclica do gasto público, isto é, que o gasto aumente quando a atividade cai e vice-versa. A mesma justificativa usada pelo ex-ministro Guido Mantega, por exemplo, em 2010, com a economia crescendo 7,5% e os gastos ainda mais (mesmo descontada a capitalização da Petrobras), que, na prática, sempre significou gastar o máximo, em particular se há uma eleição a vencer...

Ou a redução na marra das taxas de juros, resultado da subserviência de Alexandre Pombini e asseclas durante seu mandarinato no BC, cujo resultado foi a aceleração da inflação e o retorno do controle de preços para disfarçar estas pressões, com consequência desastrosas sobre a Petrobras (sempre ela!), o setor sucro-alcooleiro e o elétrico, para tomarmos apenas os casos mais gritantes.

Somente chutzpah pode explicar como se opõem à reforma da previdência e, ao mesmo tempo, pedem mais investimentos públicos e mais gastos com saúde e educação, como se a economia fosse uma fonte inesgotável de recursos a serem utilizados ao bel-prazer pelo governo de plantão, sem qualquer preocupação com a trajetória do endividamento público.

Enquanto o país era destruído pelas políticas equivocadas de Dilmas, Asnos, Guidos e barbosas, muitos dos que hoje se apresentam como paladinos em defesa do Brasil e seus pobres não abriram a boca, a não ser para aplaudir a Nova Matriz, então vista como uma política novo-desenvolvimentista.


Pensando bem, há uma tradução mais fácil para chutzpah: é a boa e velha cara-de-pau. É a única coisa que explica como gente que nos jogou na pior crise econômica dos últimos 80 anos ainda se achar no direito de dar palpite pedindo para fazer tudo isso de novo.

Lançamento do manifesto



(Publicado 3/maio/2017)

16 comentários:

Onde estavam os grevistas quando os PTistas quebravam a Postalis e Petros? Esqueceram que o Temer recebeu uma economia em crise já com 12 milhões de desempregados? Fazem a merda e depois querem conserta-la com mais merda. Essa gente não é séria. Se fossem, estariam trabalhando e produzindo para tirar o Brasil do buraco PTista, nunca antes visto neste país. Ainda bem que a contribuição sindical obrigatória tem seus dias contados! Agora vão ter que trabalhar de verdade!

Luciano Coutinho era um cara querido pelo setor produtivo,diferente da Maria Silvia.

Os economistas tucanos são ótimos no governo e, como descobrimos agora no período lulopetista, melhores ainda na oposição. Por exemplo aquela rara semirreta de pequena inclinação que se verifica quando olhamos a evolução da nossa taxa de câmbio entre 94 e 98, que coisa linda! Naquele tempo se tinha um barroso que estava tão seguro de sua técnica econômica sofisticada que vendia papel público com risco cambial sem pestanejar, tamanho o conhecimento do futuro em matérias "cambialísticas". Nosso ex-esperto podia prever o futuro da taxa de câmbio com a mesma precisão de um relógio atômico. É verdade que no final a realidade infelizmente suplantou aquela experiência rica e maravilhosa que durou quatro anos e coincidiu com a reeleição comprada pelo ex-presidente e paga por seu ministro fiel escudeiro (uma espécie de versão nacional mal adaptada da dupla imortalizada na obra de Cervantes). Alguns maledicentes chamaram aquilo de estelionato eleitoral pela simples coincidência de o presidente eleito ter sido justamente aquele que tinha comprado o direito de se eleger e jurado durante a campanha que o cambio ficaria onde estava e definido por aquela elegante reta mais ou menos inclinada do barroso, sem essa loucura exótica de flutuação da moeda. Para nosso espanto e decepção aquele experimento não recebeu então um Nobel de Astrofísica da Academia sueca. O tal barroso (ele não era o único é verdade, mas era o que tinha menor sentido do ridículo) mesclava esse conhecimentos "cambalístico" com algo de "alquimia numismática", e conseguia fazer com que as reservas cambiais do país aumentassem como num passe de mágica e alguns muitos dígitos na taxa de juros e sem recorrer aquele retrógrado artifício de uma balança comercial favorável típicos do velho mercantilismo. Esta inovação poderia ter lhe valido também um segundo Nobel agora em "Chemistry" para orgulho da ciência nacional e de nossos novos cursos de finanças e ocultismo "late_sensu".
Tinham também um plano genial e uma palavra mágica para resolver os problemas de endividamento público: privatização, mata cupim, mata barata tudo por um real. E venderam, e venderam, e venderam e incrivelmente a dívida continuou a subir. Solução: claro vender mais...
No fim dessa experiência bárbara já não tínhamos mais dólares nem para fazer frente as necessidades correntes e tivemos que recorrer ao velho e bom empréstimo do FMI para fechar as contas (parece que houve um pequeno problema nas planilhas do barroso e um estagiário é claro calibrou mal alguns imputs). Junto dos empréstimos veio a proibição de vender títulos públicos cambiais e de atuar no mercado futuro de câmbio e veio também um pacote com uma estrutura que parecia um tripé que as autoridade econômicas brasileiras passaram a chamar de "meu" ou de "minha" política econômica: superavit primário, cambio flutuante e metas de inflação (tudo o que não haviam feito antes). O "pobre" barroso teve que amagar um injusto ostracismo e só foi recuperado pela força das Garças e o milagre regenerativo de ser oposição (é verdade que teve mais dinheiro, muito mais, e mais sorte que o Genoino, as acusações de gestão temerosa, alguns rombos milionários e mais algumas cositas que corriam por nossas impecáveis instituições legais caducaram, prescreveram recentemente).
Foi duro de verdade os anos do lulopetismo para esses gênios das ciências ocultas e econômicas em razão. Torceram desesperadamente primeiro pelo fracasso do lulopetismo, mas o fracasso não veio. Depois passaram a atribuir o sucesso ao tal tripé macroeconômico "deles", sim "deles"!. Ninguém estendeu esse argumento genial e continuaram com o lulopetismo. Finalmente depois de 10 anos o lulopetismo começa a apresentar suas primeiras dificuldades. Pronto era a hora e a vez dos “rrutspá”, uma espécie de dragão de Komodo da política nacional, venenosos e oportunistas! Rancorosos e é claro golpistas. Acho que entendi o “Chutzpah”.

O anônimo acima deve ser discípulo de Belluzzo: escreve demais, mal e não diz coisa com coisa.

Bom dia para aqueles liberais que defendem a privatização do BB:http://www.valor.com.br/financas/4964954/lucro-ajustado-do-bb-sobe-956-no-1-trimestre-para-r-2515-bilhoes.

Bom dia para aqueles liberais que defendem a privatização do BB:http://www.valor.com.br/financas/4964954/lucro-ajustado-do-bb-sobe-956-no-1-trimestre-para-r-2515-bilhoes.

A Petrobrás e os Correios tb davam " lucro"

Poderia ser também para quem critica o lucro dos bancos...

Será que o Valor/Pravda vai continuar nos torturando com Luciano Coutinho mesmo na cadeia?

Quem controla a concentração bancária? o CADE ou o BC ,que se preocupa apenas com segurança(o Itau engoliu mais um).

Alex,
Keynesianos de quermesse são como gremlins, para cada um que é destruído, originam-se mais uns cinco novos. Na Folha de SP então chega a dar raiva. Cada hora pipoca um. Pra não falar do tal de Janio de Freitas que nem economista é.

"Chutzpah” acredito também vale, Alex, para os que agora advogam um arrefecimento nas investigações, a pouco quando teve uma operação chamada de "Carne Fraca", um investidor estrangeiro me perguntou pelo discurso da ex-ministra da Agricultura, se no Brasil um Ministro aceita colocar em um cargo técnico alguém considerado por ela como corrupto, e normas são burladas ou exigidas apenas de quem não está no esquema, por que não discutir mudanças na forma de ascensão das superintendências.

Hoje, tristemente, enviei um e-mail com links sobre a Funai, sobre pressões para demissão da presidente do BNDES, o que me parece que não aprenderam nada nos anos de petismo no Brasil, não foi apenas colocar gente desonesta que ocorreu o desastre que vemos hoje em dia, mas também, pessoas que não tiveram a coragem de dizer "não" a políticas equivocadas, seja no Banco Central (você é a melhor bibliografia sobre os erros cometidos na gestão Tombini), como em outros órgãos.

Agora vejo, comentários laterais em rodas, contra um possível estrago das revelações do Palocci sobre o Mercado Financeiro, logo seremos brindados com algum texto contrário a lava jato por interesse de Estado, mesma desculpa dada no mensalão.

Abraço,

Isso tá parecendo briga de criança. Mãe, foi ele que começou!

E a entrevista do Mantega,o senhor tem algo a comentar? Observa-se que ele foi vitima dessa quadrilha que assaltou os cofres públicos durante 13 anos e jogou na Lama as bandeiras da esquerda.

Assim que parar de rir eu comento

rutspá é pôr toda a culpa no vice que eles mesmos elegeram, dizendo que o hómi é nosso
(igualmente ignoro a deforma ortográfica)

rutspá é o poste que mija no cachorro

Primeiro listamos todas as nossas fantasias totalitárias dentro de um esquema vermelho internacional

depois calculamos o custo.

Daí cobramos a fatura do capitalismo.
Se eles não podem pagar a conta, que fechem as portas bando de incompetentes