teste

terça-feira, 26 de junho de 2012

O affair Bolsa Família-criminalidade

Nunca houve na blogosfera econômica brasileira tanta discussão sobre causalidade, variáveis instrumentais, econometria galdalfiana e a prática brasileiríssima (silvícola?) do argumento de autoridade.

Não posso negar que saí um pouco chamuscado desse melê. Em meu post inicial sobre o assunto, eu teci algumas considerações simpáticas ao “blogueiro” (conforme JMPM) Reinaldo Azevedo, somente para ser surpreendido por este post, em que RA dribla três oponentes, faz embaixadinha, levanta a bola e marca o gol contra, de bicicleta.

Gostaria então de resumir minhas posições sobre o assunto depois de alguns dias mais de reflexão.

A validade dos instrumentos

Minha principal preocupação “econométrica” com os resultados do artigo dizia respeito à validade dos instrumentos. Lembremo-nos: o modelo econométrico do artigo identifica o efeito do BF na criminalidade baseado na variação temporal da exposição das escolas ao BF causada pela expansão do programa em 2008. Escolas com mais jovens de 16-17 anos antes da reforma do programa tiveram um aumento no número de estudantes recebendo o BF.

Comentei que era plausível que houvesse outros fatores não-observáveis que poderiam invalidar a estratégia de identificação. Por exemplo, não sei onde ficam as escolas com mais estudantes de 16-17 anos. Seria na periferia ou no centro? Áreas de classe média ou mais pobres? Esta é uma pergunta importante, pois se houver diferenças na tendência de queda na criminalidade entre a periferia e o centro, ou entre áreas de classe média e áreas mais pobres, isto poderia invalidar a identificação. Se eu estivesse incumbido de dar um parecer sobre este artigo, eu faria questão de ver um mapa da cidade de São Paulo com as escolas representadas por pontos cujo tamanho representa o número de jovens de 16-17 anos pré-reforma. Ficaria mais tranqüilo se as escolas grandes estivessem espalhadas pela cidade, tanto no core quanto na periferia.

Por exemplo, é plausível que áreas com mais criminalidade inicialmente tenham menos serviços públicos (portanto suas escolas são maiores, cobrem uma área maior) e também tenham uma tendência de queda da criminalidade mais rápida (porque a criminalidade era mais alta nestas áreas inicialmente).

O que fazer então? Eu sugeri que os autores fizessem um teste de placebo. Se existe alguma diferença na tendência temporal da criminalidade pré-2008 que afeta a identificação, nós encontraríamos que o número de jovens com 16-17 anos interagido com uma dummy para 2007 teria um coeficiente negativo em uma regressão usando dados de 2005 a 2007. Eu entendo que os autores realizaram este teste, não encontraram um efeito do placebo, e assim, responderam na medida do possível à minha objeção.

A questão do Nordeste

Reinaldo Azevedo chamou o estudo de “cascata autoevidente.” Este foi claramente um comentário agressivo e depois disso, o que poderia ser um debate frutífero virou um bate-boca de bar. Mas para o bem de ambas as partes, vamos fingir que os piores momentos nao aconteceram, e prestemos atenção aos argumentos.


Segundo o argumento de RA, o fato que as taxas de homicídio subiram astronomicamente em alguns estados do Nordeste – onde o BF é um programa que cobre uma parcela maior da população – envia um sinal que a pesquisa seria uma “cascata” e representa um “preconceito asqueroso contra pobre”.

Eu comentei que esta observação – ainda que provavelmente reflita uma falta de entendimento de causalidade pelo Reinaldo Azevedo – é relevante e deve ser considerada. Cito minhas próprias palavras:

Se o efeito do Bolsa Família na criminalidade é causal e generalizável (eu não estou convencido que seja um ou outro, e explico logo porque), então este programa teria contribuído para reduzir a criminalidade no Nordeste significativamente. Como sabemos que a criminalidade no Nordeste não caiu, então a divergência na criminalidade entre o Nordeste e São Paulo teria sido ainda maior do que observada – e isso reduz a plausibilidade das estimativas, pois aumenta ainda mais o puzzle do aumento da criminalidade no Nordeste. Na melhor das hipóteses, o fato que a criminalidade aumentou no resto do país sugere que o resultado não seja generalizável.

Deste parágrafo, gostaria de emendar o trecho em que afirmo minhas dúvidas sobre a causalidade do efeito estimado. Tais dúvidas foram substancialmente diminuídas depois de ler o artigo pela enésima vez e trocar e-mails com um dos autores.

Mas mantenho minha dúvida sobre a questão da generalidade dos resultados.

Um bottomline

Apesar das emoções fortes, a atenção que o post do Reinaldo Azevedo causou foi benéfica. Até semana passada, o artigo não tinha sido lido por mais que uma media dúzia de gatos pingados (ver aqui), tenho certeza que essa controvérsia me levou, assim como a muitos leitores deste blog, a apertar o botão de download.

Eu recomendo fortemente que leiam o artigo, principalmente aos leitores mais jovens que estão se decidindo se querem trabalhar com economia aplicada. Se você não apreciar ler este artigo, sugiro uma carreira em Direito. 


Finalmente, não deixem de ler o Reinaldo – ainda que ele não saiba a diferença entre um mago mítico e um cientista, ele acerta bem mais do que a vasta maioria dos pundits na imprensa brasileira. E olha que eu contabilizo como erro cada uma de suas intervenções em que ele aparentemente acredita que o mundo não foi criado pelo monstro voador de spaghetti.

79 comentários:

E a prática brasileiríssima (silvícola) da desonestidade intelectual de alguém que protagoniza a seguinte conversa:

Abre aspas: “Se o JMPM e o RS apresentassem esse artigo em um seminário na PUC-RJ, tenho certeza absoluta que não faltariam professores do próprio dept., como já vi várias vezes, questionando de forma veemente as hipóteses de identificação deles e fazendo eles suarem pra se justificar e mostrar que estão fazendo boa ciência.”

Sei não... eles devem ter apresentado o trabalho no seminário da PUC-Rio e ninguém apontou para eles os problemas que eu apontei no post acima. Fecha aspas


e depois tece o seguinte comentário:

Abre aspas: “O paper foi apresentado em uma série de seminários em boas escolas, tá em revisão para uma revista extremamente qualificada e as pessoas aqui estão pontuando problemas supostamente básicos. Ou os revisores da American Economic Association são muito ruins ou só tem gênio aqui.”

Com um pouco mais de traquejo e experiência, você vai entender que o processo de revisão – mesmo das grandes revistas – é bem falho, e vários artigos com erros graves são publicados. Não me refiro ao artigo da galera da PUC. É um artigo bem feito e, com as devidas correções, tem tudo para ser publicado em uma revista de qualidade. Fecha aspas

?

A sua desonestidade vai bastante além do seu péssimo hábito de polemizar sob a conveniente proteção do anonimato.

PS.: Gostei da matéria que saiu no Jornal da Globo! Mazel Tov.

Nao vi incoerencia ou desonestidade alguma.

Como acabei de escrever, minha opiniao sobre a validade dos instrumentos se modificou entre a primeira vez que li o artigo (estava um tanto incredulo) e a opiniao que tenho hoje (depois de interagir com um dos autores).

Quanto ao processo editorial, eu acho bem falho. Artigos bons eventualmente sao publicados, mas artigos ruins tambem.

Quem esteve no GloboNews foi o Alex, quem escreveu este post foi "O"

O,

Curiosos, no entanto, o fato de vc ter de interagir com os autores para poder esclarecer... Em geral, recomenda-se que todo-o-passo a apsso do trabalho esteja explicitado ao longo do texto, não?

Alex,

Expulsa o O desse blog... Ele além de fraco, é desonesto...

Vc nao percebe que pega mal para vc?

abs

Debates deste tipo não devem nunca sofrer interdições de qualquer tipo.
Devem ir até onde o fôlego permita, por mais faíscas que sejam lançadas ao ar.
Pela primeira vez, é de crer-se, o programa menina dos olhos do governo atual é colocado sob lupa potente. Sob microscópio de varredura de alta resolução.
Depois disso, dificilmente programas governamentais poderão ser vistos apenas como mais um, sem calcular seus efeitos e as discussões ficarem apenas sobre a quantidade de pessoas abrangidas.
Nesse debate, não. O programa está sendo avaliado em sua eficácia e não só por eficiência. E ainda, em ambos os casos as conclusões não são definitivas.
Isso pelo fato de, por um lado autores do estudo o colocam como eficaz. E de outro um jornalista coloca em dúvida as premissas e os resultados. No meio, uma profusão de opiniões não baseadas apenas em simpatias, idolatrias ou mesmo desalento. Até agora, pelo que se pode notar, deverão surgir novos testes de "stress" do estudo e do programa, além do que levantou o jornalista.
Ai irá ficando mais próximo o diagnóstico do programa ser o milagre alardeado durante cerca de 10 anos. Ou uma fraude de encomenda, visando efeitos muito aquém do divulgado pela propaganda oficial.

Lembro de referências recorrentes do Alex sobre o relógio quebrado, que está certo duas vezes por dia. O RA é unidirecional, comenta qualquer coisa com base nas priors ideológicas dele (todas bem evidentes) com pouca consideração pelo que está sendo discutido. Esse último "affair" foi só um exemplo. Procurar no blog dele sobre temas como homossexualismo (posto um exemplo abaixo) dá outros.

Pode-se dizer que o cara tá certo muitas vezes porque, bem, critica o PT e cagadas do governo. Mas daí a recomendar a leitura dele?

Exemplo do RA interpretando de maneira deturpada um texto para desqualificá-lo (aqui, sem a desculpa de desconhecer econometria): http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/as-barbies-lesbicas-e-os-dis-kens-na-banheira-ou-professor-de-%E2%80%9Chomocultura%E2%80%9D-quer-%E2%80%9Cdesnaturalizar-a-heterossexualidade%E2%80%9D-e-revela-real-objetivo-do-%E2%80%9Ckit-gay/

Eu não tenho outros exemplos porque esse aí foi o único que eu li do sujeito além das críticas ao JMPM. Estou inferindo com amostra pequena demais? Deveria ler mais besteiras?

Caro Anônimo,
Qual foi a explicação dos autores do estudo sobre o Nordeste que te fez mudar de idéia? Ou no mínimo achar que os resultados podem ser talvez generalizáveis?
Qual a explicação para o argumento do crime cometido longe das escolas?
Com relação ao RA, com certeza se trata do melhor analista político brasileiro, que acerta também em muitas outras áreas.
Kahlil.

Caro Anônimo,
Qual foi a explicação dos autores do estudo sobre o Nordeste que te fez mudar de idéia? Ou no mínimo achar que os resultados podem ser talvez generalizáveis?
Qual a explicação para o argumento do crime cometido longe das escolas?
Com relação ao RA, com certeza se trata do melhor analista político brasileiro, que acerta também em muitas outras áreas.
Kahlil.

Deixa eu adivinhar: o Rodrigo Soares te deu uma aulinha?!

Prezado O
E a maintained assumption de que adolescentes cometem crimes perto de suas escolas? Nao lhe parece furadissima?

Olha que nao estamos falando de um estado, mas de um municipio ... Nao e dificil pegar o metro ou um onibus e ir pescar do outro lado da cidade onde ninguem te conhece ...

Saudacoes

Prezado O
E a maintained assumption de que adolescentes cometem crimes perto de suas escolas? Nao lhe parece furadissima?

Olha que nao estamos falando de um estado, mas de um municipio ... Nao e dificil pegar o metro ou um onibus e ir pescar do outro lado da cidade onde ninguem te conhece ...

Saudacoes

Prezado O
E a maintained assumption de que adolescentes cometem crimes perto de suas escolas? Nao lhe parece furadissima?

Olha que nao estamos falando de um estado, mas de um municipio ... Nao e dificil pegar o metro ou um onibus e ir pescar do outro lado da cidade onde ninguem te conhece ...

Saudacoes

Prezado O
E a maintained assumption de que adolescentes cometem crimes perto de suas escolas? Nao lhe parece furadissima?

Olha que nao estamos falando de um estado, mas de um municipio ... Nao e dificil pegar o metro ou um onibus e ir pescar do outro lado da cidade onde ninguem te conhece ...

Saudacoes

"Nunca houve na blogosfera econômica brasileira tanta discussão sobre..."

Delusions of grandeur detected.

"Com um pouco mais de traquejo e experiência, você vai entender que o processo de revisão – mesmo das grandes revistas – é bem falho, e vários artigos com erros graves são publicados. Não me refiro ao artigo da galera da PUC. É um artigo bem feito e, com as devidas correções, tem tudo para ser publicado em uma revista de qualidade."

o "O" Anonimo está mais do que certo. Por exemplo, vide "Old-age benefits and retirement decisions of rural elderly in Brazil". Artigo horroroso que saiu num revista boa. Merecia no máximo sair numa revista do nível de Journal of Risk and Uncertainty...

O RA azevedo era um jornalista de carreira mediana que competentemente encontrou um nicho de mercado para atuar: satisfazer uma minoria de Direita agressiva e raivosa que não aceitava ter um nordestino operário como presidente.(raiva essa que so foi aumentando quando a popularidade de Lula ia para as alturas)

O RA funciona para o brasil como o tea party funciona para os neocons nos EUA. A diferença é que ele tenta dar uma roupagem analítica para o blog dele....

Vai ajudar a Lassie a morder as canelas dos paulistanos, petralhinha anônimo da 9:32...olha que a situação está crítica!

"O",

Um chute educado: seus papers brilhantes são sistematicamente rejeitados nos bons journals.

Ou você não participa do processo editorial e está, mais uma vez, falando sem saber?

Em geral essas críticas gerais ao processo editorial vêm de quem não consegue ser bem sucedido na métrica relevante de sua profissão.

Não diga que "eu publico ou já publiquei bem" porque ou bem saberemos quem você é (ou teremos uma boa ideia), ou passará por cascateiro, para usar o termo do seu ídolo RA.

"O" anônimo, bem feito por retomar um assunto que estava morrendo. A tendência dos comentários é só para pior...

Anonimo das 17:36,

Um artigo na forma final de publicação é autocontido, supondo que os leitores são suficientemente treinados para entender os argumentos técnicos. É disso que cuida um bom editor, como devemos supor que são os editores dos AEJs.

O JMPM diz que o paper está com um revise no AEJ, Public Policy. Logo, deve estar perto disso (não li o paper). Mas para entender o que está lá dentro você precisa de treino específico. Um artigo científico é escrito para dialogar com a comunidade científica.

Tenho convicção de que as críticas feitas pelo "O" já estavam, em graus diferentes, endereçadas no artigo. Mas tem que saber ler.

Off-topic

Alex,

O governo acaba de anunciar a queda da TJLP. No meu calendário aqui, a reunião do CMN seria amanha (28).

Pode isso, Arnaldo?! Mudaram a lei?

Bunch of monkeys pushing buttons..



The Anchor

O cara que berra que o nordestino operário supracitado protagonizou o maior escândalo de corrupção da história recente tem um ressentimento e faz parte da direita raivosa e golpista. Os jornais que denunciam padres pedófilos também têm uma agenda política escondida?

ai..ai..ai..aii!! E par aocmpletar o quadro de assistencialismo ... Era só o que faltava !! Será que não entndem que a solução é MENOS governo, e não mais ?

"... O governo anunciou nesta quarta-feira o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Equipamentos. A finalidade é disponibilizar R$ 8,4 bilhões para agilizar as compras governamentais com preferência à aquisição de produtos da indústria nacional. Essa é mais uma série de medidas para tentar evitar a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, ante a crise internacional... "

Anônimo-27 de junho de 2012 09:32.
Ainda pega essa de "preconceito contra "nordestino operário""? Depois de dois mandatos vencidos, em segundo turno? E com a eleição, também em segundo turno, de uma sucessora?
Ao que parece, o ex-presidente navega muito bem entre as várias correntes políticas brasileiras e os aliados que possui demonstram isso. Seriam o que talvez chamem de "elites", das quais ele sempre fez parte.
O único fato relevante disso tudo, é que um dos programas de seu governo está sendo analisado em profundidade.
E também, o modelo de economia que colocou em prática de 2003/2010, pode começar a sofrer, também, maiores análises e críticas. Isso, dado que os resultados não parecem ser bons o quanto elogiavam os mais crentes.
E isso tudo nada tem a ver com origem nordestina, com a atividade de operário ou qualquer outra. Pelo que consta, o ex-presidente seria branco, se "a questão racial" for levantada. E o que isso teria a ver com governança?
Se for provado que o BF não tem nada a ver com queda, ou com a taxa de criminalidade, não vai adiantar apelar para preconceitos contra o nordeste, o operário, o pobre, o negro etc. O nordeste, o pobre, o negro, o operário. não têm culpa se o programa não servir para atender tal alegação salvacionista.
Essa alegação de preconceito coloca-se, portanto, totalmente extemporânea.

"o "O" Anonimo está mais do que certo. Por exemplo, vide "Old-age benefits and retirement decisions of rural elderly in Brazil". Artigo horroroso que saiu num revista boa. Merecia no máximo sair numa revista do nível de Journal of Risk and Uncertainty..."

Vai ver ele consegue dividir esse artigo em 3 partes e ter 3 JRU.

Sobre o Reinaldo Azevedo:

É só se lembrar dos filmes do Exterminador do Futuro 2 e 3. Lá, o Arnold Schwarzenegger faz o papel do robô que foi reprogramado para defender (e não matar) os protagonistas.

O Reinaldo Azevedo fez seu PHD em retórica e sofismos na Libelu. E, hoje, está entre os melhores sofistas que existem por aí. E o bom é que, tal como o personagem dos filmes, serve para sair no pau com os sofistas pró-pt que fazem diariamente campanha no sonho que o PT aqui faça o que o Chávez fez na Venezuela.

Só que o grande problema é que ele irá pegar qualquer resultado de qualquer pesquisa econômica que sair por aí e puder ser utilizada como propaganda petista e atacá-la, inclusive com a baixaria de chamar o estudo de cascata e etc.. Se ele concluir que o neutrino viajar a velocidade acima da velocidade da luz implica em alteração na chance de eleição de um petista, ele tomará sua posição no debate acadêmico, assumindo a posição do resultado mais desfavorável à "companheirada".

Alexandre, me tira uma dúvida por favor?

Estou coletando dados para rodar uma regressão com dados mensais e como faço com o tratamento da Selic, que é divulgada a cada 45 dias? Qual é o procedimento correto em casos como esse?

Att,

Ricardo

"Em geral essas críticas gerais ao processo editorial vêm de quem não consegue ser bem sucedido na métrica relevante de sua profissão."

Você é tão mixuruca que não consegue nem entender o que eu disse.

"O" Anonimo,
Qual sua opinião sobre as seguintes figurinhas:
1. Pimentel;
2. Mercadante;
3. Mantega.
Podemos confiar no Tiririca: "pior do que tá não fica".

O que a pergunta tem a ver com o tópico? Absolutamente nada.

"O", diferentemente de você que leu "o artigo pela enésima vez", o Gandalf, que elaborou o comentário que virou o post do R.A. nesse link que você se refere, admite não ter lido o artigo, em comentário do mesmo post:

"Gandalf - 20/06/2012 às 12:39
- .... O problema de “estudos” como o do Mané fica claro na revisão detalhada feita por outro leitor em outro post, que confirma minha intuição de que o PhD usou regressão múltipla: pelo que diz o colega (não li o artigo em si), a escolha e operacionalização das variáveis é –para ser educado- altamente questionável."

Abraço!

"O",

Sobre o seu comentário das 16:50, a única resposta é: ????????????. É só ler o que você andou dizendo sobre o processo editorial.

Estou começando a concordar com o primeiro comentário ao seu post: você é de uma desonestidade intelectual impressionante.

Como você mesmo disse, deve ter sido chamuscado dessa história toda. Anda meio confuso.

Alexandre, me tira uma dúvida por favor?

Estou coletando dados para rodar uma regressão com dados mensais e como faço com o tratamento da Selic, que é divulgada a cada 45 dias? Qual é o procedimento correto em casos como esse?

Att,

Ricardo

Eu escrevi nos comentários ao post anterior:

"Com um pouco mais de traquejo e experiência, você vai entender que o processo de revisão – mesmo das grandes revistas – é bem falho, e vários artigos com erros graves são publicados. Não me refiro ao artigo da galera da PUC. É um artigo bem feito e, com as devidas correções, tem tudo para ser publicado em uma revista de qualidade."

Nestes comentários, escrevi:

"Quanto ao processo editorial, eu acho bem falho. Artigos bons eventualmente sao publicados, mas artigos ruins tambem. "

Se você (27 de junho de 2012 23:09) acha que estou me contradizendo ou demonstrando desonestidade intelectual, é porque talvez seja limitado demais para entender o que escrevi. Infelizmente, não ha nada que eu possa fazer para melhorar sua compreensão de texto em geral. Este é o quinhão que lhe foi alocado.

Entretanto, neste caso, vale a regra de Peter Parker, e vou desviar uns 2 minutos de minha vida para lhe explicar.

O processo editorial é falho porque deixa papers ruins serem publicados. Entretanto, é raro que um paper bom não seja publicado.

Poxa vida, isso não é difícil de entender...

O "O" prestou a todos um grande serviço, serviço que lamentavelmente nossa imprensa não sabe fazer. Também é lamentável - embora compreensível - a resposta dada por um dos autores do artigo que deu origem à polêmica, pois quase se perde a chance de se debater um tema interessante e importante. De novo, louas ao "O".

Eu ainda estou curioso com relação à questão da criminalidade. Todos os índices subiram no Nordeste, ou somente assassinatos?

Outra pergunta, "O": num dos outros posts (ou em um comentário, não lembro), vc aventou como variável a questão de mudanças no policiamento. O autores trataram contigo disso?

"O",

Você já deixou claro para todos que, além de não saber nada de teoria econômica, é um tremendo picareta intelectual. Sugiro que leia isso aqui para falar menos bobagem:

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1256

Esse "estudo" da PUC é um embuste. Qualquer macaco de Stata consegue manipular uma base de dados para concluir que o Bolsa-Família poderia causar aumento peniano em seus beneficiados. E o financiamento público de pesquisas desse tipo não fazem outra coisa além de incentivar que os pesquisadores manipulem dados para defender os interesses do governo.

Austríaco

Que BF que nada! Policiamento? Pffff... O que resolve o problema da violência é Jesus no coração: http://g1.globo.com/parana/noticia/2012/06/vereadores-aprovam-obrigatoriedade-de-pai-nosso-antes-de-iniciar-aulas.html

Ricardo,

A meta da SELIC muda (ou nao) a cada 45 dias e assim permanece ate a proxima reuniao. Isto nao quer dizer que nao exista uma taxa SELIC para datas entre duas reunioes do COPOM. A meta da SELIC de hj é amesma de ontem e sera a mesma amanha.

Se vc quiser dados da SELIC efetiva (ai vc tera dados diarios) vc pode pega-los no site do banco central. assim vc consegue ter uma taxa media efetiva para o periodo q quiser.

abs

Ninguem

Ninguém,

Talvez não tenha me expressado corretamente.

É obvio que não só existe meta Selic a cada 45 dias. Todo dia tem sua meta, é claro! Ela apenas MUDA a cada 45 dias.

O que perguntei é como tratar como dado mensal os meses em que a taxa se altera no meio do mês? Faço uma média? Ou poderia utilizar a taxa acumulada no mês, sem prejuízo informacional?

Att,
Ricardo

PS: Alexandre, agredeceria caso possa me responder...

Prezados,

Alguém conhece algum dado de produto mundial (ou dos EUA ou da OCDE) com frequencia mensal?

Abs

Alex,

Voce acha o Irineu um bom economista???

abs

Julio

"O"

Quanto ao seu comentario das 10:50. Dissonancia cognitiva. Voce quer ou nao criticar o processo de editoracao? Ou quer elogiar quando o paper eh "bom", ie, concorda com suas priors ideologicas ("nao deixa de publicar papers bons")? E criticar qdo eh "ruim", segundo seus educados criterios ( de quem nao publica nada em journals top?)?

Eh desonestidade intelectual. Da grossa. Desonesto eh o que vc eh. Alex, pare de chancelar esse picareta!

Convicções são maiores inimigas da verdade que mentiras.
— Friedrich Nietzsche

"Austríaco"

Dá vergonha alheia este texto do Mises.

É tão obscurantista e burro quanto qualquer marxista semianalfabeto.

Vocês são uma piada.

O Reinaldo continua alfinetando. Hehe!!!

"Afirmar, por exemplo, que uma família com renda per capita acima de R$ 300 pertence à “classe média”, como deram para fazer certos economistas, não deixa de ser uma variante da magia sub-religiosa, não é? Esses economistas, que quase acabaram com a pobreza no Brasil na base da feitiçaria estatística, operam muito mais “milagres” do que qualquer vigarista religioso…"

Ricardo:

Para que fins você que usar a Selic? Dependendo do fim, não há problema em usar uma média mensal; em certos caso, pode haver perda de informação.

Abs

"Alguém conhece algum dado de produto mundial (ou dos EUA ou da OCDE) com frequencia mensal?"

O CPB tem uma estimativa mensal da produção industrial mundial (na verdade duas, uma com pesos baseados nas importações mundiais e outra com base no PIB).

http://www.cpb.nl/en/data

Há também estimativas de comércio global (quantum), e preços. Bastante informação

"Voce acha o Irineu um bom economista???"

Conheço pouco o Irineu e vi referências elogiosas.

Um paper dele com o Marcos Chamon (? estou citando de memória) sobre evolução da renda deu bastante o que falar há uns anos. Mais recentemente vi uma citação no blog do Leo Monastério sobre um paper em que ele é co-autor sobre raízes históricas da educação em São Paulo.

Abs

"O governo acaba de anunciar a queda da TJLP. No meu calendário aqui, a reunião do CMN seria amanha (28).

Pode isso, Arnaldo?! Mudaram a lei?"

Já anunciaram o PIB com um dia de antecedência, furando uma portaria do MPO... A preocupação com as regras é mínima...

Abs

"Dá vergonha alheia este texto do Mises.

É tão obscurantista e burro quanto qualquer marxista semianalfabeto."

Apoiado.

"Voce acha o Irineu um bom economista???"

Não acho, tenho certeza. Um dos melhores da minha geração. Um dos melhores, talvez o melhor, da minha turma na EPGE.

Roberto Ellery

Alex,

Estou estimando uma IS para o caso da economia brasileira.

Vou rodar meu modelo com diversas taxas de juro para ver o desempenho empirico de cada uma delas. As taxas de juros em questao seriam taxa real ex-ante, taxa real ex-post, taxa real de mercado (DI de 360 dias menos expectativa 12 meses do focus) e taxa nominal de juros.

Seria para esse fim o dado de Selic. O que acha? Posso usar a Selic efetiva acumulada no mes mesmo?

Abs
Ricardo

Espero que o anônimo esteja falando do texto do Instituto Mises. Se esse for o caso, concordo. A maioria dos textos deles são terríveis, coisa de liberal paroquiano. O livro "Human Action", por outro lado, é sublime. O auto-entitulado Instituto Mises envergonha o gênio que tenta homenagear.

Quanto ao Reinaldo Azevedo, o maior problema é que ele atraiu, por conta da maestria de sua retórica, uma coorte de seguidores ignorantes, fanáticos e intolerantes. Ele já escreveu coisas mais inteligentes e embasadas mas, em virtude de sua popularidade entre a mais energúmena facção da direita brasileira, parece que está em campanha política constante, tentando sempre agradar os debilitados que o adoram. Estes últimos são uma versão espelhada dos seguidores de bloguistas "petralhas" como o Nassif, com a ressalva de que os primeiros gostam de se pintar como "defensores pragmáticos da ordem", e os segundos de "misericordiosos intelectuais visionários". Duas faces da mesma imbecilidade que permeia a política mundial: uma estupidez bilateral que necessariamente acompanha definições de esquerda e direita.

Ricardo:

Eu usaria a última meta para a Selic naquele mês, embora desconfie que, se você usar a Selic observada no mês, as diferenças serão mínimas.

Abs

Alex, qual o sentido de utilizar uma taxa (meta) para os próximos 45 dias (ou menos, dependendo de quando será a nova reunião) e descontar a expectativa para 12 meses a frente?
Obrigado

Alex,

Muito obrigado por mais essa ajuda!

Ricardo

Esse texto do Instituto Von Mises é medonho...

Desculpe o off topic, mas os caras querem criticar a "artificialidade da teoria econômica convencional" e tiram da cartola um argumento desses, cheio de conjecturas pressupostas:

(Obviamente o Banco A também pode tentar pegar empréstimo junto a outros bancos. Entretanto, isso irá elevar as taxas de juros, o que fará diminuir a demanda de seus clientes por empréstimos, o que por conseguinte irá diminuir a criação de crédito "do nada").
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=451

"Alex, qual o sentido de utilizar uma taxa (meta) para os próximos 45 dias (ou menos, dependendo de quando será a nova reunião) e descontar a expectativa para 12 meses a frente?"

Eu prefiro usar a swap 360 descontado pelas expectativas 12 meses à frente, mas, pelo que entendi, o Ricardo prefere deixar os dados falarem, o que é uma boa abordagem.

Genial! Os comentários do blog são a parte mais interessante! Tem um, o do dia 27 de junho de 2012, às 8:56, que claramente foi escrito pelo Oreiro! Ele mira e bate nos dois maiores desafetos dele: o Irineu de Carvalho, que escreveu o artigo "horroroso" citado no post, que no máximo deveriam ser publicado "numa revista do nível de Journal of Risk and Uncertainty", exatamente a revista em que o José Guilherme Lara Resende publicou o único artigo dele. Muito bom, sutil e idiota igual ao presuntinho, que nunca teve nem terá a inteligência e capacidade de nenhum dos dois, nem do Irineu nem do José Guilherme. Um sujeito que acha que quantidade significa qualidade e morre de inveja de caras incomparavelmente melhores chega quase a dar pena. Quase...
Leovegildo Júnior.

Pra mim, eh simplesmente errado fazer essa taxa. Se vc quer usar uma taxa de X dias, vc deve descontar a inflação esperada para X dias a frente. E mais, nosso amigo disse que subtraiu a expectativa de inflação. Isso eh uma taxa Ricardo...divida, em vez de subtrair.
Por fim, pelo que sei, ele quer tirar conclusões estruturais dessa estimação, e, no meu ponto de vista, nao faz o menor sentido usar uma taxa de juros ex-post. Alguém conhece uma IS microfundamentada com taxa ex-post? Os a gentes decidem em t baseado na certeza de qual será a taxa em t+12? e aquela incerteza que vc adora, Ricardo?
Daniel

"Muito bom, sutil e idiota igual ao presuntinho, que nunca teve nem terá a inteligência e capacidade de nenhum dos dois"

:-) rs

Rs, o comentário do "Leovegildo" foi ótimo, realmente ele matou a pau! O Oreiro tem certeza de que o "O" anônimo é o Irineu de Carvalho, que, o horror, o horror!, sacaneia os artigos mequetrefes dele, e por isso a raiva ao Irineu. Quanto ao José Guilherme, o motivo foi os cascudos que o Oreiro por muito pouco não recebeu do José Guilherme na "famosa" briga da unb, que estava toda relatada em detalhes em comentários dos posts sobre o Oreiro ser presidente do IPEA, mas que infelizmente o blog apagou. Por que vc fez isso, Alexandre? Devia ter deixado tudo, acho que isso foi feito a pedido de alguem da unb para evitar outra confusão lá... O blog podia recolocar os posts e revelar se o "O" anônimo é mesmo o Irineu.

Daniel,

Conforme o Alexandre falou, minha proposta é tentar deixar os dados se expressarem...

E pode deixar que vou dividir ao invés de subtrair. A rigor, mencionei (erradamente) uma taxa menos a outra como forma (viciada) de expressão...

Abs
Ricardo

Vergonha alheia do Instituto Mises?

Vocês ainda não viram nada...

Eis a pérola, que chega a superar as pérolas campineiras em matéria de tosqueira.

http://mises.org/daily/2066

Juro que tentei ler o texto no link http://mises.org/daily/2066. Mas como seguir adiante em um texto que começa assim?

"Somalia is in the news again. Rival gangs are shooting each other, and why? The reason is always the same: the prospect that the weak-to-invisible transitional government in Mogadishu will become a real government with actual power."

Me deixa triste ver esse tipo de coisa entre os nossos meninos liberais... ao invés de termos um movimento solido crescendo, o que vemos é um anarquismo infantil com um dogmatismo igual ao dos marxistas. Tente falar isso para um deles, eles não conseguem se enxergar, acham que são os luminares do bom senso econômico, sem um pingo de raciocínio lógico por trás.

Oreiro? Tambem conhecido como J.LO da UNB...

hahahahahhahahahahahahhahaha

Eu não sei o que é pior: o texto ou os próprios comentários do site do Mises!

Mas ninguém já fala de livros de economia aqui no blog? Perderem-se os bons costumes.
To lendo Macroeconomics in Emerging Markets, by Peter Montiel. Muito bom. Também tó trabalhando o livro Exchange rate misalignment, by Hinkle and Montiel. Muito útil.

Sobre a Selic no estudo do Ricardo, há que se tomar bastante cuidado com o que os dados vão falar.

Vamos supor que as demais variáveis tenham se alterado em função de uma expectativa de mudança da Selic na reunião do Copom q ocorrerá no mês seguinte.

No mes atual, a Selic fica parada e as demais variáveis oscilam. No mês seguinte, a Selic varia e as demais variáveis ficam paradas.

Os dados falam com o filtro de um modelo econométrico. Cada modelo interpreta os dados de uma forma distinta. Pode haver muita confusão pela frente.

TDX

Alex,

Você conhece os trabalhos do marcio Holland? Ele é bom?

Abs
TDX

TDX, deveria ter perguntado ao "O"...

Faz uma busca no blog!

É por este motivo que prefiro usar a taxa de ano, mas acho que vale a pena ver se outras especificações podem funcionar melhor (acho que não, mas qual o mal de checar esta crença?)

Estou aguardando o pronunciamento do sábio Reinaldo Azevedo (pena que ele está de férias) sobre as evidências da existência do Bóson de Higgs. Estou desconfiado que ele dirá que a os físicos estão cooptados pelo PT.

"Estou aguardando o pronunciamento do sábio Reinaldo Azevedo (pena que ele está de férias) sobre as evidências da existência do Bóson de Higgs."

Reinaldo derangement syndrom?

Pô, "O", vai dizer que você não gostaria de ler o Gandalf escrevendo coisas como:

"Quando eu fazia ciclo básico curso de matemática, fiz umas cadeiras de laboratório de Física, onde fazíamos um pêndulo colidir com outro. Não li o artigo, mas acho que os físicos em questão fizeram uma experiência desse tipo, que é controversa porque há influência da força de atrito do ar, condições de vento, etc.. que podem atrapalhar os resultados".

Ainda sobre o debate entre o Reinaldo e o Phd. Os liberalóides não vão gostar mas o Krugman está com a razão:

July 30, 2012,
Who To Listen To
Jonathan Portes has a nice little essay, which gets better than I have at the essential issue: it’s not just about the individual track record:

My answer to it is that policymakers and the public should listen to economists who fulfill two critera: first, they have made empirically testable predictions (conditional or unconditional – see Krugman here) that have proved, by and large, to be broadly consistent with the data; and second, they base those predictions on an analytic framework (not necessarily a formal model) that is persuasive. In other words, getting it right alone is not enough; it should be possible to show your workings – to explain why you got it right. Otherwise, your predictions may be interesting, but they tell you little about how to formulate policy.
Quite. Place not your faith in gurus, even if they got some big stuff right — and that goes for me, too. It’s always about the model, not the man.

Lots more interesting stuff in the piece. Go read.

PS: One side note: One thing that’s striking in Portes’s discussion — and something I very much agree with — is the irrelevance of formal credentials. As we’ve debated how to deal with the worst slump since the 1930s, a distressing number of economists have taken to arguing on the basis that they have fancy degrees and you don’t — or in some cases that well, you may have a fancy degree too, and even a prize or two, but in the wrong sub-field, so there.

But all this counts for very little, especially when macroeconomics itself — or at any rate the kind of macroeconomics that has dominated the journals these past couple of decades — is very much on trial. And note Portes’s praise for Martin Wolf, which I heartily second; Wolf doesn’t even have a PhD. And that matters not at all; what he has is a keen sense of observation, a level head, and an open mind, all attributes lacking in far too many of my colleagues.

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