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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vastas expansões e medidas imperfeitas

Nem sempre é tarefa fácil avaliar a postura da política fiscal. Não basta olhar para o resultado fiscal em si para saber se a postura do governo é expansionista ou contracionista, pois receitas e despesas se alteram em resposta ao estado da economia. Em períodos de expansão é comum que a arrecadação cresça mais, enquanto na recessão observa-se o oposto. Assim, sem alguma informação acerca do momento do ciclo econômico, o simples valor do balanço fiscal pode levar a conclusões equivocadas acerca do caráter da política.

Não se trata, porém, de problema incontornável. Nos EUA o Congressional Budget Office calcula, além dos números observados, estimativas do saldo fiscal sob a hipótese da economia operando a pleno potencial. Em 2009, por exemplo, o déficit fiscal americano observado atingiu 9,3% do PIB; já a estimativa do saldo ciclicamente ajustado foi algo inferior, 7,3% do PIB, refletindo a queda da arrecadação por conta da recessão e o aumento de algumas despesas, como o seguro-desemprego.

Essa resposta de despesas e receitas às mudanças cíclicas é conhecida como “estabilizador automático”: o aumento natural do déficit fiscal em períodos recessivos tende a minorar a recessão, enquanto sua redução em momentos de crescimento mais forte ajuda a atenuar a própria expansão.

No Brasil, porém, não há estimativas consistentes do resultado orçamentário ciclicamente ajustado, o que prejudica a avaliação da política fiscal. É possível, por exemplo, afirmar que a queda do superávit primário de 2009 representou uma política contracíclica, ou seria apenas decorrência da redução brusca da atividade econômica?

Embora a resposta definitiva requeira um estudo mais aprofundado, minhas estimativas sugerem que a política fiscal não foi contracíclica em 2009. Indicam, contudo, que as decisões de aumento de gastos tomadas no ano passado, que se materializaram em 2010, teriam implicado uma redução persistente do superávit primário, ou seja, uma política fiscal fortemente expansionista para este ano e provavelmente também os próximos.


Fonte: estimativas do autor a partir de dados do Banco Central e IBGE

O gráfico mostra a relação entre o superávit primário do setor público consolidado (no eixo vertical) e uma medida do ciclo econômico, o hiato do produto industrial (no eixo horizontal). O superávit primário é o registrado na primeira metade de cada ano, aproveitando a divulgação recente do resultado do primeiro semestre de 2010 (caso usássemos o superávit acumulado nos 12 meses terminados até junho os resultados seriam muito parecidos). Já o hiato resulta da aplicação de um filtro estatístico simples na série trimestral de produção industrial até o final de 2007 e, a partir daí, uma extrapolação da tendência até o segundo trimestre deste ano.

Não é necessário um salto de imaginação para concluir que o resultado fiscal tende a variar com o nível de atividade de forma de forma bastante regular. Assim, em 2008, quando a economia estava fortemente aquecida, o saldo primário no primeiro semestre atingiu seu recorde (5,6% do PIB); em contraste, em 2009, o superávit do primeiro trimestre havia se reduzido para 2,4% do PIB, sob efeito de um hiato bastante negativo.

A relativa estabilidade das observações de 2000 a 2009, entendida como uma distância moderada entre o valor observado e o sugerido pela linha de tendência, representaria, portanto, um regime estável de política fiscal. Em outras palavras, o resultado primário consolidado seria explicado, em larga medida (embora não exclusivamente), pelos estabilizadores automáticos.

Neste sentido, a queda do superávit registrada em 2009 não representaria uma quebra de regime, mas teria decorrido da retração econômica. Apenas a arrecadação federal, medida a preços constantes, caiu quase R$ 26 bilhões na primeira metade de 2009 relativamente a 2008 (menos de 10% disto associado à redução do IPI sobre automóveis).

Por outro lado, o resultado do primeiro semestre de 2010 parece incongruente com o regime anterior. Apesar da recuperação da atividade e da arrecadação federal (R$ 43 bilhões) no primeiro semestre, o saldo primário se manteve inalterado, bem abaixo do nível que deveria atingir com base na experiência dos últimos 10 anos. Interpretado literalmente, isto indicaria uma expansão fiscal da ordem de 2,5% do PIB no semestre (1,5% do PIB em 12 meses). De forma menos literal, a mera manutenção do mesmo nível de superávit primário a despeito da rápida expansão do produto é sintoma de política fiscal consideravelmente mais expansiva.

A gestão da política fiscal não se esgota na importante questão da solvência pública, mas se insere no quadro geral de manejo da demanda. Se há pouca razão para preocupação quanto ao primeiro tema, há motivos de sobra, como se vê, no que se refere ao segundo.

(Publicado 5/Ago/2010)

68 comentários:

"Indicam, contudo, que as decisões de aumento de gastos tomadas no ano passado, que se materializaram em 2010, teriam implicado uma redução persistente do superávit primário, ou seja, uma política fiscal fortemente expansionista para este ano e provavelmente também os próximos."

Mas não seria esse mesmo o significado de uma política fiscal expansionista?

Hããã... É o que está escrito, não é?

Alex,

Muito interessante. Já fez o mesmo estudo excluindo do superávit primário os aportes do Tesouro ao BNDES?

Desculpe carequinha..é que achei aquela parte um pouco óbvia. No mais, tranquilo, ótimo texto.
KY

Está correto isso?

"Assim, em 2008, quando a economia estava fortemente aquecida, o saldo primário no primeiro semestre atingiu seu recorde (5,6% do PIB);"

Pelo gráfico imaginei que o recorde foi em 2005.

Outro ponto: pelo gráfico é possível imaginar uma tendência à austeridade fiscal do governo no primeiro mandato e à gastança no segundo?

Não, não está. Marquei; obrigado por apontar.

Pelo gráfico (que é só o saldo, sem distinção de gasto e receita) pode-se dizer que no período 2003-2006 há mais observações acima da reta que no período 2007-2009. Caso a reta capturasse integralmente a atuação dos estabilizadores (hipótese para lá de heróica), aí se poderia dizer que no primeiro mandato a austeridade teria sido algo maior.

Mas 2010 é, literalmente, o ponto fora da curva (reta).

Alex,

O gráfico não foi publicado no artigo disponível através do site do Valor. Fui obrigado a recorrer ao blog - cujo link foi publicado errado. Acho que você poderia alertá-los.

Saudações,

B.A.

Excelente gráfico (e texto)! Simples e muito informativo!

Acho que as versões para Internet não publicam os gráficos (como ocorre com os artigos para a Folha).

explica melhor o que seria hiato industrial.

"Embora a resposta definitiva requeira um estudo mais aprofundado, minhas estimativas sugerem que a política fiscal não foi contracíclica em 2009."

Imagino que vc vá me oferecer a versão para desenhar, mas vamos lá..

O bom funcionamento dos estabilizadores automáticos, a endogeneidade da receita e o consequente comportamento pró-cíclico do superávit primário não indicariam que a política fiscal foi antíiclica em 2009?

obs.: concordo que 2010 está fora da curva (reta).

Abs

" a endogeneidade da receita e o consequente comportamento pró-cíclico do superávit primário não indicariam que a política fiscal foi antíiclica em 2009?"

É mais uma questão de definição. Se o movimento se dá ao longo da curva, trata-se de reação endógena do primário (sempre supondo que a reta represente mesmo o comportamento endógeno da política fiscal). O movimento exógeno (ou como defino o contracíclico) se caracterizaria por um deslocamento da curva.

OK?

Abs

"explica melhor o que seria hiato industrial"

Seria a diferença entre o nível observado de produto industrial relativamente ao seu potencial. No caso em questão, o potencial seria estimado por um filtro HP, como explicado no artigo.

Política Monetária-Arte
29/06/2010
Desde criança, aprendi que política monetária não é só colocar a inflação na meta

Por Paula Cabrera*

Desde criança, aprendi que política monetária não é só colocar a inflação na meta. O verdadeiro encanto, a graça de acompanhar as reuniões do COPOM diante da TV vêm dos toques, dos dribles e lances inacreditáveis que economistas fazem com a taxa de juros. Minha paixão pel debate sobre política macroeconômica, e acredito da maioria da Nação, nasceu daí.

Exatamente por isso a primeira fase do Governo Lula não prendeu minha atenção. As definições de políticas fiscal, monetária e combial foram metódicas e chatas. Os economistas do governo, todos, apostaram no esquema defensivo e no contra-ataque à inflação para suavizar os ciclos e as taxas de desemprego e de hiato do produto se arrastaram.

Talvez por isso temos nesta fase da história um dos menores índices de crescimento na histórias do capitalismo, melhor apenas do que 1980 -, graças às boas atuações apresentadas nos últimos meses por Índia e China.

Os astros badalados ainda não mostraram ao que vieram. Cardim de Carvalho, Carlos Lessa, Luciano COutinho e Luis Fernando de Paula, entre muitos outros, não fizeram políticas dignas de seu brilhantismo, tão propagado antes da nomeação.

O que causa tudo isso? Com base única e exclusiva no puro achismo, digo que hoje a economia se globalizou. Mesmo as equipes econômicas mais fracas possuem técnicos renomados e que atuaram em grandes centros e universidades. O estilo de governar é o mesmo: a retranca, a defesa e, se necessário, a falta, o jogo feio, para parar a inflação.

O que fazer, então, para vencer essa burocracia que tornou-se a macroeconomia? Em um dos melhores papers apresentados até aqui, o professor Bresser-Pereira respondeu com maestria. Matreiro, o professor matou o debgate sobre a valorização cambial no braço e deu dois chapéus em adversários ortodoxos. O lance levantou polêmica, mas o Fabuloso, no melhor estilo macroeconomia moleque, respondeu aos questionamentos com um simples "mas foi bonito, não foi?".

Sim, foi. E no jogo de ontem, o professor voltou a mostrar a alegria que só os brasileiros possuem em debates de política econômica. Em argumentação digna de sua fabulosidade, gingou o pensamento, driblou as adversidades e estufou suas idéias heterodoxas em lance lindo.

O pós-keynesiano mostrou que, para que o encanto volte ao banco central, basta se soltar, deixar que o ritmo da política econômica obedeça aos esquemas propostos pelo presidente Lula, mas sem esquecer que a soberana da política monetária é ela: a taxa de câmbio, a temida flutuação. Bem tratada, ela pode fazer milagres, confundir investidores externos, passar pelo meio das pernas das barreiras comerciais dos países centrais e fazer entrar divisas, soberana, em câmera lenta, para que a vulnerabilidade externa exploda no grito de soberania alcançada.

*Paula Cabrera é repórter de Economia, palpiteira de política econômica e torcedora incondicional e apaixonada pela escola campineira.

A unica coisa que dá pra dizer é que o texto é imbecil...

F

Xora Não Careca!!!! Se você fosse Corintiano talvez sofresse menos.

Lucrécio

Alguém tentando imitar o tio O...
Dou 5.5 em escala de 10
Mas escrever eh assim mesmo, nos só melhoramos tentando, errando, retentando, bierrando, tritentando e de vez em quando se enrolando também.

Outras medidas imperfeitas - Plínio de Arruda Sampaio: Ele é o cara!
O que não é uma democracia, até mesmo capenga? É a mesma coisa que uma economia de mercado, sob a batuta de mecanismos que garantam um ambiente competitivo de forma ampla e irrestrita, mesmo que com oligopólios e monopólios não naturais. Existem sempre saídas.
No debate político de hoje, tivemos a prova de que a democracia capenga pode ser valiosa. De onde veio a luz do fim do túnel? Pasmem, do socialismo tupiniquim, na pessoa de Plínio de Arruda Sampaio. Brasileiro de grandeza incomensurável. Foi dele que nos veio a esperança; algo fundamental que nos foi retirado pelos demais candidatos, inclusive a Marina que se mostra igualzinha aos demais, sobressalentes de um mesmo pneu velho e gasto. Plínio de Arruda Sampaio mostrou que o Brasil está dividido e que a saída não será sem traumas para os que oprimem os mais humildes e se valem de ardis os mais sórdidos para por o povo brasileiro no estado de miséria secular.
Foi ele quem disse claramente que temos que invadir o campo, pois sem lutas nada virá; até mesmo se for ele o eleito presidente da república. Está certíssimo. Campo produtivo é riqueza. Campo improdutivo é pobreza. Um líder só pode liderar, se houver povo que assim o queira. Foi ele quem falou claramente que a jornada de trabalho tem que mudar. Está ele de novo muito certo, pois sem boas referências não temos o padrão do que é bom. Não será o peleguismo que nos dará o rumo da negociação justa. Há de se ter participação ativa dos trabalhadores, já sabendo o que querem reivindicar nessa peleja da negociação entre patrões e trabalhadores. Se o mercado é de todo ruim, regras ad hoc nele para evitar a espoliação generalizada. Claro, depois desse teto a produtividade tem que ser o guia para aumentos justos de salários. Foi ele quem falou que a renda está se concentrando, apesar da subida dos pobres na pirâmide social. As coisas só não são piores, porque os funcionários públicos estão buscando à força seu quinhão nesta pilhagem generalizada que promovem os políticos em serviço de uma elite escravocrata. O lucro imposto na malandragem tem que ceder. Estou com ele. Foi ele quem tocou na questão da saúde pública de forma clara e definitiva: saúde socializada e portanto para todos. É um modelo que deu certo na Alemanha, na Inglaterra, na França e não existe nos Estados Unidos que hoje brigam para mudar o seu sistema de saúde privatizado e excludente. Está certíssimo. Não há como atender o pobre sem um sistema público de saúde socializado por completo.
Só falta que ele, Plínio de Arruda Sampaio, acredite que os economistas que estudaram em livros de reputação liberal apóiam suas propostas. É o tal do segundo teorema do bem estar que nos autoriza a acatar uma distribuição dos recursos de forma a se buscar uma alocação desses mesmos recursos não apenas de maneira eficiente, mas sobretudo equânime. Além disso, há de se evitar o crescimento do poder econômico que se dá fora do mercado competitivo. Estou com Plínio de Arruda Sampaio e não abro, mesmo em seu socialismo democrático.
Deixou ele, Plínio de Arruda Sampaio, de falar do fracasso do modelo de substituição de importações, aprofundado sem limites na ditadura militar, com o apoio da intelectualidade da esquerda, sendo Celso Furtado o ícone idolatrado, mesmo tendo sido execrado no passado pela esquerda (provavelmente a que sumiu do mapa). A tal da indústria naval é o exemplo caricato dessa política de favores, fora do mercado. Só conseguiram remontá-la com dinheiro público, importando quase a indústria por completo, gerando maior desemprego que antes. De fato, os recursos públicos desviados para montar esse esquema de enriquecimento de poucos seriam muito mais produtivos se fossem distribuídos aos mais carentes que tratariam de montar pequenos negócios pelo Brasil afora. Por tudo que vi hoje na Band, não posso deixar de expressar: Plínio de Arruda Sampaio é o cara.

"Se você fosse Corintiano talvez sofresse menos."

Sendo eliminado nas oitavas?

Excelente post!!!! Mas devemos lembrar de um detalhe importante: a definição de superavit primario MUDOU no período. Isso foi feito para artificialmente inflar o superavit de 2009 e facilitar o atingimento das metas de 2010.

Isto é, se aplicassemos a mesma definicao de 2002 (por exemplo) é bem capaz que o superavit de 2010 seja menor ainda.

Adolfo

O Chutando consegue ser mais louco e mais errado que o Plinio.

"O Chutando consegue ser mais louco e mais errado que o Plinio."

Quem tem fama de embusteiro não sou eu. Como tenho sempre dito, voce simplesmente não sabe pensar. Melhorando a sua qualificaçao: ASNO.

"a definição de superavit primario MUDOU no período."

Adolfo:

É verdade que a definição do primário mudou (imagino que se refira à retirada da Petro das contas), mas a série que usei foi recalculada para trás pelo BC, mantendo a consistência dos números.

Era isso mesmo?

Abs

A

Chutando: louco, errado, mal educado e brizolista, mas principalmente confuso no conceito, quase que beirando a esquizofrenia.

"Chutando: Louco, errado, mal educado e brizolista, mas principalmente confuso no conceito, quase que beirando a esquizofrenia."

O picareta se comporta assim mesmo: ofende primeiro e depois se faz de vítima, mas não tem competência pra argumentar. Contigo não quero papo, mas vou deixar meu último recado:

Complementando meu julgamento sobre o asno embusteiro. O Alex, em prática de boa religiosidade, tem demonstrado a todo instante que deplora os anônimos. A razão é óbvia: canalhas que se escondem no anonimato e geralmente o fazem para destilar suas maldades. Exemplos : terroristas, crackers,dedo-duro, fundamentalistas, tio “O” (O de otário ontológico) etc. Quem não vê isso? Só o asno embusteiro. Vou, didaticamente, completar a qualificação deste asno embusteiro: PICARETA AMORAL.

Alex,

Acho que o Adolfo se referiu a algumas mudanças que ocorrera no superávit no ano passado. A principal delas foi a tranferência dos depósitos judiciais e extra-judiciais da Caixa Econômica Federal para o Tesouro, via medida provisória, o que engordou o caixa da União.

Abs

Quem esta se fazendo de vitima, chutando? Acho que do você. A tua opinião significa nada para mim. Voce eh um coitado brizolista que tentou adquirir uma educação e não conseguiu mais que um diploma na parede. Tanto que conseguiu ficar admirado com o imbecil do Plinio.

Muito se fala a respeito de gasto público e blá, blá, blá. Não precisa ter um cérebro maior do que o de uma topeira para constatar que governos se propagam por meio de gastos eleitoreiros - talvez todo esse refinamento empírico sirva somente para justificar sua bolsa de pesquisa.

Foi assim, é assim e sempre será assim, independente da ideologia de governo e do país de análise. Por que, então, seria diferente à beira destas eleições presidenciais?

Outra, continuando o tema gasto público, qual empresa situada no Brasil conseguiria viver sem ajuda governamental? Muito se reclama da da viúva, mas é ela que possibilita a rentabilidade de instituições que, como exemplo, pagam o seu salário. Ou você, como economista de banco, vai dizer que estes não são os maiores beneficiados com os spreads dos títulos púlbicos?


Economista Sabidão - aquele que repete factóides.

"Não precisa ter um cérebro maior do que o de uma topeira para constatar que governos se propagam por meio de gastos eleitoreiros "

Mas precisa ter um cérebro maior que o de uma toupeira para saber escrever toupeira...

" Ou você, como economista de banco, vai dizer que estes não são os maiores beneficiados com os spreads dos títulos púlbicos"

Que spread projeto de toupeira? Bancos captam a CDI e títulos públicos rendem basicamente CDI.

Oh, me desculpe, não passei o corretor ortográfico. Sou tão burro.

Sim, bancos captam a CDI e emprestam para seus correntistas a qual taxa?

Monta aí um gráfico com o histórico da taxa média cobrada pelo Santander para empréstimos a seus correntistas x CDI. Adiciona no gráfico a participação dos títulos públicos brasileiros na carteira do banco.

Qual será o resultado? Ohhh!!! Mistério !!!!

"Oh, me desculpe, não passei o corretor ortográfico. Sou tão burro."

Boa tentativa, mas é burro mesmo para precisar de um corretor para saber como se escreve "toupeira"

"Sim, bancos captam a CDI e emprestam para seus correntistas a qual taxa?"


Bzzzzz!!! Agora não adianta disfarçar. Seu argumento era (e eu copio):

"vai dizer que estes não são os maiores beneficiados com os spreads dos títulos púlbicos".

Repito: seu argumento era sobre títulos públicos, não sobre empréstimos. Então não vem com historinha, ô TOUPEIRA!!!

Essa passagem e interessante

Foi ele quem disse claramente que temos que invadir o campo, pois sem lutas nada virá; até mesmo se for ele o eleito presidente da república. Está certíssimo. Campo produtivo é riqueza. Campo improdutivo é pobreza.

Eu nao assisti o debate. E nao quero discutir a opiniao do Plinio, ou daqueles que o apoiam. O que e interessante e a falta de apreciacao pelo que - em ingles - se chama de "rule of law."

Na minha opiniao mesmo que uma reforma agraria baseada em invasoes e violencias possa ser justificada de qualquer maneira (e eu acho que nao pode, e nem teria um impacto muito grande na economia nacional, but I digress), o efeito negativo de se apoiar comportamento e atitudes que nao sao compativeis com a "rule of law" quase sempre tem efeitos nocivos a cultura, a democracia, e tambem a economia.

Obviamente ha excessoes, mas elas geraemnte se aplicam a situacoes onde nao ha uma democracia funcional (a Alemanha nazista e a Uniao Sovietica Stalinista sao bons exemplos).

Mas o Brasil ja avancou o suficiente em sua democracia e economia que os custos sociais, democraticos, e economicos da falta de respeito a Lei, como proposto por aqueles que defendem invasoes, sao grandes.

Eu nao sei xomo descrever mais explicitamente o impacto do respeito a rule of law na performance da economia, mas como observador amador, e impossivel nao notar pelo menos a correlacao ente os dois.

PIG

Mais Careca O Brasil poderia ter adotado uma politica fiscal expansionista igual a americana.

Um estimulo fiscal de 10% do PIB aumentaria o crescimento conssequentemente a arrecadação subiria (Curva de Laffer).


Lucrécio

Eta Bara

Rem bu yud Kalo ry. Voo-dun dako tand-nala galul yuto.

Eta Bara, eta Bara...

Alex,

Considerando a defasagem entre o o aumento de gastos e seu efeito real na economia, como fazer então uma política contra-cíclica?

Antecipar uma desaceleração/crise não é tarefa fácil...



Doutrinador

Lucrécio,

por que tanta parcimônia?
O governo poderia utilizar logo um estímulo de 200% ("nunca antes na história defe planeta"...).
Poderia lançar as cédulas de R$200, 500 e 1000, homenageando os governantes amigos do Lula.
A de 200 viria com a cara do Hugo Chávez, a de 500, do Ahmadinejad e a de 1000, do Robert Mugabe.

Falando pro PIG. Entendo seu comentário. mas discordo no essencial. Voce diz:" O Brasil ja avancou o suficiente em sua democracia e economia que os custos sociais, democraticos, e economicos da falta de respeito a Lei, como proposto por aqueles que defendem invasoes, sao grandes."
Não quero entrar nos detalhes dessa discussão, pois os exemplos são inúmeros: Supremo com indicaçao politica e permite que um único presidente indique mais da metade dos ministros, Ministros do Supremo que invalidam açoes de juizes no decurso do processo judicial em primeira ou segunda instancia, BNDES emprestando para um grupo seletivo bilhões sem dar satisfaçoes ao Congresso, congresso que funciona exclusivamente a reboque do Senado Federal, Colegio de líderes, políticos corruptos que se reelegem recorrentemente, etc. Se você acata posiçoes de grandes cientistas sociais e estudiosos do assunto, recomendo-lhe Douglass North. Eu o descobri falando do Brasil em sua entrevista à veja em 2006. O que eu levei um bom tempo para decifrar, ele o fez rapidamente. Não é à toa que ele é premio Nobel.

Este é o ponto central: democracia capenga. o resto é poesia.

Deve ter faltado algum fósforo na comida do Chutinjo para ele conseguir admirar o North e o Plinio ao mesmo tempo, um conselho: não compartilhe suas opiniões políticas com seu analista. Ele pode mandar você pro buraco.

Nao existe democracia plena sem o "rule of law." Isso sem mencionar o impacto na economia (que eu - nao economista - estou adivinhando que existe).

Eu acho que o que o pais precisa e que se (re) construam as sua instituicoes. E uma reforma do judiciario. E a emergencia gradual da cidadania que exige e impoe "o rule of law", concomitante com a melhoria do nivel educacional e economico da populacao (essas coisas tem relacoes intimas, obviamente).

Agora nada disso vai acotnecer em 1, 2 ou 5 anos. E um processo longo. O pais ja avancou muito se o compararmos com o que ocorria ha meros 35 anos atras. Ainda ha muito o que melhorar. Mas as propostas do PSOL, como o uso de invasoes como catalista de reforma no campo vao no sentido contrario ao progresso.

PIG

Para a plebe ignara: "Excessao" e' um puta de um excesso.

Careca se esqueceu da Curva de Laffer ou você não estudou microeconomia?


Lucrécio

Eta Bara:

Bu rem dako ry dano abalu. Dako Gogo, daco Buto?
Tu sord m'wa rand galuls.

Eta Bara! Eta Bara!

"como fazer então uma política contra-cíclica? "

É um dos argumentos clássicos para uso da política monetária, mas não é tanto pela defasagem do efeito do gasto, mas sim porque as decisões de gasto em geral demoram mais e são mais difíceis de reverter.

Fala Alex!
Excelente post. Pena que tem gente que antes de ler já vem com quatro pedras na mão.
Gostei também do título. Vida longa a Rubem Fonseca!

Bruno

Bruno:

Os piores são os que têm quatro patas, ao invés de mãos.

Abs

Alex

Chupa essa manga!!!


Avoid "fiscal devaluations"
Ricardo Hausmann our guest wrote on Aug 6th 2010, 19:53 GMT

INDUSTRIAL policy should be about removing relatively specific microeconomic obstacles that limit the productivity of particular industries. It should not be confused with fiscal devaluations, which are about doing through fiscal policy something similar to what could have been achieved with an exchange rate depreciation, namely, a subsidy on exports and a tax on imports. A fiscal devaluation is a third or fifth best, vis a vis a currency depreciation.

For countries like the US, the current account deficit is a macro issue and should not contaminate micro policies. For emerging markets, the real problem going forward is the carry trade generated by the interest differential that exists between the nominal rates they need to keep aggregate demand growth at a reasonable rate and the low interest rates set by the ECB and the Fed to keep those economies from tanking. This carry trade has the potential to seriously misalign the real exchange rate, cause inconvenient domestic booms and widen external deficits in a manner that would harm long-term growth.

A much better solution would be a tax on short term capital inflows that would make the carry trade uneconomical and would give monetary policy more room for maneouvre.

É so acabar com o seguro desemprego,previdência social e extinguir o salario mínimo que o deficit seria menor.

O prêmio "obviedade do dia" vai para o...

...

...

...

IIIIIVVVOOOOO

Parabéns. Pode ir buscá-lo na Fundação Conselheiro Acácio, em Lisboa.

Por acaso esse Hausman eh o mesmo que era pro-dolarizacao e entusiasta da caixa de conversão da Argentina? Ou será outro?

Chupa essa manga!!!"

General IP Information

Hostname: 18713214017.user.veloxzone.com.br
ISP: Tele Norte Leste Participações S.A.
Organization: Tele Norte Leste Participações S.A.
Proxy: None detected
Type: Unknown
Assignment: Static IP

Country: Brazil
State/Region: Rio de Janeiro
City: Rio De Janeiro
Latitude: -22.9
Longitude: -43.2333

General IP Information

Hostname: 18713214017.user.veloxzone.com.br
ISP: Tele Norte Leste Participações S.A.
Organization: Tele Norte Leste Participações S.A.
Proxy: None detected
Type: Unknown
Assignment: Static IP


grande coisa

Kkkkkkkk...

"Fundação Conselheiro Acácio"!

Nem ia dizer nada, mas é que fico tão feliz em entender uma piada...

Que os deuses (e o Sr. Ivo) me perdoem, mas continuo rindo, rs.

O constrangimento é tanto, que postarei anônimo.

Cabeção, cadê meu gráfico?

Entreguei para sua mãe. Ela não contou?

Vou explicar melhor para você entender.Os encargos trabalhistas nos EUA (Social security)custa em média 8% dos salário.


O fim do salarío mínimo e da social security diminuiria o custo da mão de obra para as empresas.Com menos encargos o desemprego seria menor e a recuperação seria mais rapida conssequentemente a arrecadação aumentaria.


Entendeu?

Uma dúvida: As operações de compras de titulos que o FED fez foram esterelizadas via emissao de titulos do tesouro?

Sacanagem . Acho que são os Deuses gregos de que a nossa amiga Lu tanto fala e Zeus pôs uma pedra no meu caminho. Veja meu amigo o que o Plínio disse:
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“Plínio defende Alba e taxação para produtos chineses - Agência Brasil - Publicação: 09/08/2010 17:35
O candidato do P-SOL à Presidência da República, Plínio Sampaio, afirmou hoje (9) que o Brasil deve integrar a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba). Plínio também defendeu uma forte taxação à entrada de produtos chineses no país. (grifo meu)
“Diplomacia de país subdesenvolvido, sem poder econômico e sem poder militar, é defender o seu empreendedor. Chinês vai rebolar para entrar, porque eu vou proteger vocês”, (grifo meu) declarou o candidato, durante sabatina organizada pela Associação Comercial de São Paulo e pela Confederação das Associações Comerciais do Brasil.
O candidato propôs realizar um exame minucioso na dívida externa do país. De acordo com Plínio, o Equador reduziu sua dívida externa em 40%, após fazer uma auditoria.
Plínio quer reduzir a jornada de trabalho sem redução de salário. “É colocar população urbana desempregada no emprego. E criar poder de compra, que interessa aos senhores”, disse à platéia de empresários.
O candidato também defendeu o fim dos privilégios dos funcionários públicos da Previdência Social. O candidato disse que, se eleito, irá unificar a Previdência Social. (grifo meu) “Sou aposentado como procurador da república. Temos de fazer sistema previdenciário igual, sem privilégios para funcionários públicos”.------------------
Veja meu amigo galego que as coisas são complicadas. O tal do socialismo e democracia já brigaram. Para não deixar a turma doida ou p da vida comigo, faço o seguinte registro: se você for ler alhures, eu sempre afirmei o seguinte: O PSTU será o PSOL de amanhã; O PSOL de hoje é o PT de ontem; O PT de hoje é o PMDB de sempre e assim tudo anda em círculos. Disse também, em aprendizagem conspiratória, que a FIESP tem sempre os seus pontas de lança (isso não é de minha lavra; veio de www.aeconomiadobrasil.com ). É fácil ver acima que o serviço muito do comuna está completo e ainda vai sobrar grana para política de substituição de importação. Se o barco vai para a esquerda, aí eles têm na casaca os radicais e moderados; cada um a seu tempo e a sua hora. Se o barco anda em céu de brigadeiro, são eles mesmos a pilotar o transatlântico Minas Gerais, presente de grego.
O meu comentário sobre o Plínio ainda está fresco e durou pouco. Eu tentei, meu irmão, mas o cara não ajuda. Que é que eu posso fazer? Resposta: aguarde meu próximo manifesto: Porra, vou rasgar meu voto!!!!!!

"Vou explicar melhor para você entender.Os encargos trabalhistas nos EUA (Social security)custa em média 8% dos salário."

Vou explicar melhor para você entender: estamos no planeta Terra, Sistema Solar, Via Láctea, Universo conhecido.

"Uma dúvida: As operações de compras de titulos que o FED fez foram esterelizadas via emissao de titulos do tesouro?"

Uma dúvida: você está perguntando se as compras de títulos feitas pelo Fed são compensadas por vendas de títulos?

Sim é.....

Segundo: você sabe que o salarío mínimo,encargos trabalhistas aumenta o desemprego pois aumenta o custo da mão de obra.

Era o que eu temia. Vou refazer a pergunta: você está perguntando se o Fed vende títulos para compensar a compra de títulos?

"Segundo: você sabe que o salarío mínimo,encargos trabalhistas aumenta o desemprego pois aumenta o custo da mão de obra."

Ivo:

Você ja ganhou a Obviedade do Dia ontem. Não quer deixar mais alguém ganhar?

Alex você sabe que o salario é um preço.Portanto um nível de salário maior no mercado imposto por um salário mínimo, o número de trabalhadores dispostos a trabalhar aumentaria.Porém isso diminui o número de trabalhadores que as empresas estariam dispostas a contratar.

O fim da Social Security permitiria uma recuperação mais rapida.

"você está perguntando se o Fed vende títulos para compensar a compra de títulos?"

Sim é.... O FED compensa a Expansão monetária emitindo titulos.

Ivo:

Não te deram leite quando pequeno? Houve algum problema no parto? Por acaso você passou por uma lobotomia recentemente?

Esqueci da interrogação:O Fed compensua sua emissao vendendo titulos?

O fim da social security aceleria a recuperação porque diminuiria os impostos para empresas e trabalhadores.

Meu diagnóstico é ausência de oxigênio nos primeiros minutos de vida. Costuma ser mortal para os neurônios.