teste

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Econometria de resultados

As contas nacionais até junho de 2008 foram divulgadas na semana passada confirmando o que se esperava: apesar da ladainha sobre como a combinação (“criminosa”, “irresponsável”, “neoliberal”, etc.) juro-câmbio não permite que o país cresça, o PIB insistiu em aumentar 6% nos últimos quatro trimestres, a taxa mais elevada desde o terceiro trimestre de 1995, refletindo a acelerada expansão da demanda doméstica, que atingiu 8% no mesmo período. Assim, o crescimento médio da economia brasileira desde 2004 ultrapassa 4,5% a.a., o maior dos últimos 20 anos.

Chama atenção, porém, o descompasso entre o crescimento da demanda doméstica e da produção, quase 2%, magnitude não observada desde 1997. Obviamente, expansão da demanda doméstica superior à do produto é equivalente a importações crescendo mais rápido que as exportações, mas esta é uma relação contábil. Cabe a pergunta: são as importações crescendo à frente das exportações que levam o produto a crescer menos que a demanda, ou, pelo contrário, é o crescimento da demanda que leva à aceleração das importações?

Recentemente foi publicado trabalho que defende a primeira alternativa, argumentando que o câmbio apreciado leva ao descompasso entre demanda e produção domésticas. No entanto, para que isto fosse verdade, seria necessário mostrar que a produção doméstica pode, de fato, se expandir à mesma velocidade que a demanda e, curiosamente, este é um tema completamente ausente do estudo. Não se encontra nele qualquer menção ao produto potencial da economia (quanto mais uma mísera estimativa), ou ao grau de utilização de capacidade instalada, ou ainda qualquer argumento mais sólido mostrando que a economia brasileira pode crescer 8% a.a. sem maiores problemas.

Já eu convido meus 17 leitores a inspecionar o gráfico que traça o comportamento das taxas de utilização de capacidade na indústria medidas pela FGV e pela CNI. Ambas mostram a ocupação nos níveis mais altos da série, uma forte evidência de que, discurso à parte, a indústria tem encontrado limites à expansão da produção.



É verdade que o investimento aumentou, mas não é necessário gênio para concluir que uma taxa de investimento ainda pouco superior a 18% do PIB não sustenta crescimento contínuo de 8%, o necessário para acomodar a demanda doméstica como sugerido pelo “econometria de resultados”.

Aliás, a aceleração do investimento ocorre precisamente no momento em que a taxa de câmbio se fortalece, mais uma evidência difícil de conciliar com a noção de que é o câmbio forte quem inibe a produção. Pelo contrário, como enfatizado por Afonso Pastore e Maria Cristina Pinotti, há uma relação estreita (e positiva) entre crescimento do investimento e das importações, mostrando que o câmbio forte desempenha papel relevante para aumentar a capacidade de crescimento do Brasil.

Econometria de resultados à parte, os dados revelam que o câmbio não é culpado pelo descompasso entre demanda e produção. A culpa é mesmo do tão-difamado, e pouco compreendido, “produto potencial”.

(Publicado 17/Set/2008)

65 comentários:

Alex,

esse post é um dos melhores seus. Excelente análise e argumentação. O grafico tambem é muito bom. Eu, como um dos seus 17 leitores, peço mais informações/analises sobre o assunto em pauta:Crescimento x Câmbio.

Abs

G.Howe

Alex você sabe que não é "econometricamente" comprovado que subir juros baixa o defict nas transações correntes.

Se você sobe o juros há uma valorização do cambio,que facilita as importações levando a deterioração das transações correntes,quando você corta o juros há uma desvalorização do cambio que facilita as exportações e diminuem as importações.Consequentemente se tem um superavit nas trnsações correntes.

O que levou a deterioração das contas externas foi o cambio valorizado provocado pelas altas taxas de juros,se o brasil deixasse o juros a 8% haveria uma desvalorização do cambio que aumentaria as exportações e diminuiria o defict.

Vamos testar mais uma afirmação do Ricardo, qual seja: "Se você sobe o juros há uma valorização do cambio,que facilita as importações levando a deterioração das transações correntes,quando você corta o juros há uma desvalorização do cambio que facilita as exportações e diminuem as importações".

Na primeira coluna temos a taxa real de juros; na segunda a conta corrente.
Juro real C C
2003 12,8% 4 177
2004 10,5% 11 680
2005 12,4% 13 983
2006 9,7% 13 501
2007 7,5% 1 554

O juro subiu em 2005, o que deveria levar a uma queda das transações correntes, certo? Errado: elas melhoraram um pouco.

Em 2006 o juro caiu. Segundo o Ricardo o saldo em conta corrente deveria aumentar. Ficou quase igual...

Em 2007 o juro caiu mais. Logo o saldo deveria crescer, certo? Nãnãnina, caiu para $ 1.5 bi.

É Ricardo, mais uma bola fora, mas vai tentando... Uma hora, quem sabe, você acerta...

Alex,
Muito bacana o post. Esta era uma discussão frequente em "sala de aula" sobre como seria o modelo do BC para produto potencial. Vc que "conhece porque já esteve lá" não poderia colocar um post discutindo um pouco este assunto?
Abç e sds tricolores, Daniel

Alex, meu professor prevendo o armagedon em uma de suas aulas, ja está pregando controle cambial, eu ainda nao entendi o porque do argumento dele (aliás ele não demonstrou nenhum argumento), quais as implicações trariam essa medida?

Abraços, Ray.

"Alex, meu professor prevendo o armagedon em uma de suas aulas, ja está pregando controle cambial, eu ainda nao entendi o porque do argumento dele (aliás ele não demonstrou nenhum argumento), quais as implicações trariam essa medida? "

Os amigos do rei ficariam mais ricos.

Daniel:

O BC tem coisa publicada a respeito. Sugiro uma olhada no relatório de inflação de dez-03 (quando o BC oficialmente adotou o enfoque de função de produção para o produto potencial), assim como vários trabalhos da Marta Areosa (pode ser Aerosa, estou citando de memória) a respeito.

Rafael:

Fica difícil entender o porquê da pregação, mas bem que me confundo: a quermesse não vivia pregando para depreciar o câmbio? Deixa depreciar, ué?

Abs

Alex

Como funciona o crescimento industrial:

1- O ciclo economico e' positivo. E' rarissimo ver neguinho investindo em ampliacao em periodos recessivos.

2- A empresa avalia que o mercado para seus produtos vai cescer no medio prazo.

3- Os engenheiros fazem os estudos tecnicos necessarios.

4- A proposta de investimento - com o devido retorno estimado - vai para o conselho de administracao.

5- Apos alguma deliberacao o conselho aprova.

6- Os engenheiros fazem a tomada de propostas.

7- O departamento de compras negocia essas propostas.

8- Os pedidos sao colocados.

9- Os equipamentos sao manufaturados, enquanto as obras civis tem andamento.

10- Os equipamentos sao instalados.

11- A fabrica passa a produzir.

Por experiencia propria posso garantir que o lead-time desse processo todo leva de 18 a 48 meses, dependendo do tipo de industria e, principalmente, do tamanho do projeto.

Desnecessario dizer, independentemente de raciocinios econometricos, que em fase de crescimento de demanda acelerado, a demanda cresce mais rapido do que a oferta de bens tradable. Uma vez que a capacidade ociosa e' preenchida, isso so' se faz com crescimento das importacoes.

O tio Alex esta' portanto, mais uma vez, certo. O resto e' opiniao de neguinho cuja cabeca esta' inebriada por doses macicas de quentao.

um abraco de quebrar costela

Kleber S.

Adolpho:

Uma bobagem que a Fiesp fez circular na semana passada com um VAR bem mal-feito. Pura econometria de resultados...

Abs

Alex

Alex,
Alem de analisar o NUCI como forma de verificar a capacidade de crescimento da oferta, vc poderia ter citado tambem a capacidade de oferta da nossa mao-de-obra. A tx de desemprego se encontra no menor nivel da decada, perto da banda inferior da tx natural de desemprego projetada pelo Bacen, ou seja, este é mais um indicio que a nossa oferta nao consegue acompanhar o crescimento da demanda domestica.

PS: Onde encontro esse estudo e quem sao os "17 leitores"?

ED

Alex, e' preciso encontrar uma forma de hipnotizar o Ricardo (Pochmann). Ele e' imune a argumentos logicos.

abracao

Kleber S.

Alex,

Veja se há alguma discordancia com o que vc pensa com o que eu penso. O câmbio barateia as importações que poderia substituir a produção nacional. Mas como estamos próximo ao limite da capacidade instalada não é o caso. Certo este pensamento? E tambem se considerarmos as importações de máquinas, o cambio póderia ate ser benefico sendo baixo.

A conta corrente nao necessariamente sobe e desce de acordo com o juros, mas quando ela sobe favorece a entrada de capital especulativo.

Última dúvida:
O que fazer para aumentar o "produto potencial" e por que nao crescemos às mesmas taxas que os outros em desenvolvimento? (tirando este início de ano)

ED:

O estudo é da Fiesp. Capaz de ter no site; se não achar, eu tenho uma cópia no meu bestiário.

É verdade, eu poderia ter incluído o desemprego na história, mas a série é curta e o NUCI da FGV dá uma idéia para um horizonte mais largo.

Os 17 leitores, acredito, são os membros da minha família...

Alex desculpa lhe incomodar com a mesma pergunta.

Dolar hoje foi pra 1.88 se o cambio fechar na casa dos 2 reais esse ano e desvalorizar mais em 2009,poderia impactar a inflação (não nesse ano mais no ano que vem)?

Alex você não acha que a SEC foi longe de mais ao proibir fundos venderem ações a descoberto?

Alex,
Vc tem algum "moderador" para o blog ou eh so vc que toca sozinho?

ED

Fabio:

Depende do que está por trás da depreciação do real (ou valorização do dólar). Se a depreciação resultar de queda de preços de commodities o efeito deve ser simétrico àquele que observamos quando as commodities sobem, ou seja, pouco relevante (ver o post http://maovisivel.blogspot.com/2008/09/ainda-o-preo-de-commodities-e-inflao.html).

Se ocorrer com preços de commodities lá fora estáveis, ou em alta, vai ter impacto sobre a inflação.

Caio:

Achei bobagem. Não é quebrando o termômetro que se resolve a febre.

ED:

Sou só eu mesmo. Até por este motivo não dá para responder tudo.

Abs

Alex

Anônimo:

O câmbio torna importações mais baratas mesmo, e, quanto mais próximo do limite, mais se precisa importar para atender a demanda crescente.

No caso da importação de bens de capital o efeito é exatamente o que você descreveu.

Para aumentar o produto potencial só há três coisas para fazer:

1) Aumentar a qualificação da mão-de-obra
2) Aumentar o investimento
3) Aumentar a produtividade total dos fatores

Sabemos como fazer (1); só não o fazemos.

Para fazer (2), ou se reduz o gasto público, ou se reduz o consumo, ou aumentamos o déficit em conta corrente;

Não sabemos como fazer (3). Achamos que reformas ajudam, mas não sabemos se isto é verdade e, caso seja, não sabemos bem que reforma fazer.

Abs

Alex

Gutemberg:

O assunto crescimento-câmbio foi discutido em dois posts:

http://maovisivel.blogspot.com/2008/03/um-modelo-para-discusso.html

e

http://maovisivel.blogspot.com/2008/07/cmbio-e-poupana-revisitados.html

O primeiro é um modelo que mostra como poupança mais alta implica simultaneamente crescimento mais alto e câmbio mais depreciado. Ou seja, não é que câmbio causa crescimento, mas que o mesmo fenômeno que leva a crescimento mais alto também leva a uma taxa de câmbio mais depreciada.

Abs

Alex

Alex Greenspan faz falta no FED hoje?

Ou não tem diferença dele para Bernanke?

E atencao, atencao, o Fed de tangaaa!!!

O Tesouro americano anunciou que ira' lancar 40 bilhoes de dolares em notas de curtissimo prazo - 35 dias - para recapitalizar o Federal Reserve. Em lugar de ligar a maquininha impressora de dinheiro semi-falso, portanto inflacionario, o Tesouro ira' financiar o Fed basicamente competindo no mercado de commercial paper.

O movimento das aguas fica entao assim: o mercado financia o Fed com os juros baixos do curtissimo prazo, tendo seu investimento remunerado semelhantemente aos CPs, e com esse dinheiro o Fed por sua vez segura a barra a medio/longo prazo dos zumbis tipo AIG. Isso porque o balance sheet do dito-cujo e' finito, e antes das bondades distribuidas estava em torno de 800 bilhoes de dolares. Com a ameaca de ve-lo se tornar um balance shit, Tesouro e Fed saem-se com essa.

Ate' agora o governo americano tem protegido somente os debt holders. Os acionistas dos zumbis estao amargando as perdas geradas pelos micos. Nao e' surpresa portanto que a bolsa esteja despencando, puxada pelos papeis de instituicoes financeiras. O grande problema e' que ninguem se arrisca a financiar mais debito. Entao aparece o Fed encarnando a cavalaria. So' que com a profusao de quebras de grande porte, o suprimento de cavalos esta' miando. O Tesouro decidiu entao que jegue mesmo serve.

Mas va' estar desesperado assim no diabo que o carregue!


Abracao

Kleber S.

Alex,

considerando 1) que a demanda interna vem crescendo aceleradamente (daí a preocupação com a inflação), 2) que a capacidade ociosa vem diminuindo para atende-la, 3)que a FBKF tem sido um componente destacado neste crescimento da demanda e, principalmente, 4) que quanto maior o gasto em FBKF maior, por tautologia pura, a capacidade instalada da economia (considerando ainda alguma defasagem): como podemos ter certeza de que o próprio crescimento recente não vem criando, em alguma medida, as próprias condições (do lado da oferta) para a sua continuidade saudável sem grandes pressões internas sobre o nível de preços?

Considerando que o mainstream costuma enfatizar 1) as restrições existentes na economia e 2) que o importante é o equilíbrio intertemporal das variáveis econômicas (ou seja, as restrições são dinâmicas): acho que este tema merece uma análise academicamente mais profunda por parte da ortodoxia.

Aguardo (provavelmente uma sabatinada), um abraço, Alexandre.

Parabens entao pela paciencia de responder maior parte das perguntas e em tempo recorde (quase toda vez q atualizo a pagina vc ja postou alguma coisa). Acredito q as vezes deve encher o saco de ficar entrando varias vezes ao dia.

ED

Alex,

sua atenção com os leitores deste blog é realmente notável. Obrigado por indicar os posts sobre cambio x crescimento.

Estou indo lá agora mesmo.. rss.

Valeu

Abs

G.Howe

Mas que besteira,
Dizer que o Real valorizado não tem prejudicado a produção industrial. A única "relação estreita" que pode existir entre crescimento do investimento e das importações é que algumas empresas provavelmente estão se equipando, e, portanto, ampliando a capacidade produtiva com maquinária importada. Se o Dólar estivesse mais valorizado, lá por uns 4 reais, certamente a produção estaria crescendo muito mais, por tornar a produção nacional mais competitiva no Brasil, e, portando, evitando a importação de mercadorias concorrentes às nacionais, favorecendo a exportação, a balança comercial, conseqüentemente a oferta de crédito, conseqëntemente favorecendo a demanda interna (e externa) e ainda mais importante, haveria maiores possibilidades (e viabilidade) de se desenvolver esses maquinários também no Brasil, ao invés de importar.
Mesmo que cause uma pequena inflação momentânea, isso não é muito melhor para o futuro do Brasil?

Alex,

Os quermesseiros estão sumidos! Eles falavam em desvalorizar o câmbio mas com câmbio flutuante isto já está acontecendo. Eles falavam em reduzir a Selic mas com esta crise toda nem o Pochmann se arrisca no argumento.

Eu estou achando que o Lula vai é lançar o Meirelles como candidato a sucessão dele...

Meirelles Presidente e Alex no Ministério da Fazenda!

:-)

Sds
Ed

Josué:

Você vive em que quadrante da galáxia mesmo?

De onde as indústrias vão tirar produção adicional operando a quase 86% da capacidade? Ou será que o dólar a $4 magicamente dobra o tamanho das fábricas?

O problema não é demanda; é oferta. Você precisa saber que tem um mundo com preços e sair da bobagem quermesseira...

ED, será que os quermesseiros sumiram ou foram os ortodoxos?
Há algum artigo ou tese razoável dos ortodoxos para explicar a situação atual? Procurei, juro que procurei, mas até agora nada. Um pouco do moral hazard não respeitado pelos mercado e mais nada!
Quem está em voga atualmente e aparecendo na grande maioria de colunas de jornais, entrevistas na TV e rádio são os quermesseiros liderados pelo Belluzzo e não a sua sábia escola de pensamentos equilibristas. Seja isso bom ou ruim, é fato.
F.

F.
Só lembrando que ED e Ed são pessoas diferentes

PS: Aparecer na mídia não é boa mediada de qualidade, pelo menos não para os economistas.

abs

ED

Alex,

Hoje Luiz Fernando Figueiredo (ex-BC)disse:"BC BRASILEIRO TERÁ QUE DAR LIQUIDEZ AO SISITEMA."(AE-NEWS, 15:01). Entretanto na manhã de hoje na mesma agência de notícias temos a seguinte nota: "BC TOMA R$71,554 BI NO OVER A 13,67%, INTEGRAL." (AE-NEWS, 09:21). Realmente não entendi a relação entre a afirmação de Luiz Fernando Figueiredo e a situação de liquidez do mercado monetário brasileiro. Você poderia explicar o que está acontecendo?

Obrigado,

Carlos.

Carlos:

Ele se referia ao mercado de câmbio, não ao mercado de juros (onde o BC tem sistematicamente tomado recursos).

Abs

Alex

O mais interessante desse momento sao os quermesseiros a la Bresser que veem crise cambial atras de qualquer esquina e agora tem que entender que em uma economia sem grandes descasamentos cambiais e com credibilidade de politica monetaria, flutuacoes cambiais sao eventos quase inocuos.

Alex me desculpe mais essa pesquisa apresenta erros.A pesquisa que eu fiz usando redes neurais elas apontam que não existe relação direta entre taxa de juros e conta corrente,o que leva a deterioração das contas correntes é cambio não juros.O que levou a deterioração das contas externas foi a excessiva valorização do cambio que tivemos em 2007/2008 que estimulou em excesso as importações e levando a deterioração da conta corrente.

Se há um corte nos juros a tendencia é uma desvalorização do dólar favorecendo as exportações,aumentando u superavit comercial.

Correto. Obrigado.

Segue matéria inteira da AE-NEWS, que só foi veiculada às 17:01:

"17:01 FIGUEIREDO: BC BRASILEIRO TERÁ QUE DAR LIQUIDEZ AO SISTEMA

São Paulo, 18 - O Banco Central brasileiro terá que dar logo mais liquidez ao sistema para fazer frente à
crise global, avaliou há pouco o sócio-diretor da Mauá Investimentos e ex-diretor de Política Monetária do
Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo. A afirmação foi feita pouco antes de o presidente do BC,
Henrique Meirelles, anunciar que irá promover leilões de venda de dólares conjugados com compra no
mercado futuro visando corrigir distorções de liquidez no mercado.

Em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo, Figueiredo apresentou um "menu de medidas" que poderia ser
adotado pelo BC neste momento mais adverso. "Hoje, existe uma escassez importante de linhas de
exportação. E o Banco Central, como já fez no passado, poderia lançar mão de operações que gerem
liquidez principalmente para operações de exportação, para adiantamento de contrato de câmbio e
coisas desse tipo, porque hoje está muito seco", disse.(...)"

"O que levou a deterioração das contas externas foi a excessiva valorização do cambio que tivemos em 2007/2008 que estimulou em excesso as importações e levando a deterioração da conta corrente.

Se há um corte nos juros a tendencia é uma desvalorização do dólar favorecendo as exportações,aumentando u superavit comercial."

Ao invés de usar redes neurais, vamos tentar usar os neurônios (sei que tem sido difícil, pouoc treino, etc, mas, acredite, vale a pena).

Juro em 2006: 9,7%
Juro em 2007: 7,5%

Pelo seu "raciocínio" (por falta de melhor termo), o câmbio deveria cair e o superávit aumentar:

Conta corrente em 2006: $13,5 bi
Conta corrente em 2007: $ 1,5 bi

Resultado do teste empírico: sua hipótese falhou...

Há outras variáveis que tem que serem consideradas como a valorização das commodities ,aumento dos diferenciais de juros entre os EUA e Brasil tudo isso interferiu na valorização do cambio.

O que leva a valorização do cambio é o juros nominal,não real.Se colo colocássemos o juros a 6% ao ano teríamos uma forte valorização do dólar que implicaria em um superavit maior,conseqüentemente teríamos um superavit maior.
Vale lembrar que o Brasil sofreu a Doença Holandesa por causa das commodities.

Alex segundo que quem perde com o cambio valorizado é a parte mais pobre da população.

O grupo vicunha perdeu,o pessoal da FEISP,CNI tiverem redução nos lucros.

"Há outras variáveis que tem que serem consideradas como a valorização das commodities ,aumento dos diferenciais de juros entre os EUA e Brasil tudo isso interferiu na valorização do cambio."

Opa! Dos juros já tomamos conta (eles caíram em 2007), então o que sobre é o aumento dos preços de commodities...

Parabéns, você acabou de descobrir que o câmbio se aprecia em resposta à melhora de termos de troca (viu como é melhor usar os neurônios do que "redes neurais").

"Alex segundo que quem perde com o cambio valorizado é a parte mais pobre da população.

O grupo vicunha perdeu,o pessoal da FEISP,CNI tiverem redução nos lucros."

É mesmo, que pena do Benjamin, do Skaf, do Armando Monteiro... Todos da parcela mais pobre da população...

Meu Deus

O Ricardo é um ortodoxo com tempo vago que quer atrapalhar quem tem mais o que fazer...personagem criado pra arrumar confusão...não ta na cara?

Ricardo,

se a nossa oferta ja cresce mais lentamente q a demanda porque vc acredita ser necessario aumentar a demanda externa?
Alem disso temos uma tx de poupança baixa. Então se desejamos crescer nossa oferta temos que ter uma tx de investimento elevada, e para isso precisamos de poupança externa, ou seja, deficit em conta corrente.

ED

Sorrateiramente vemos a segunda perna da folia cambial retornando ao mercado. O Brasil tem passado por crises ciclicas por permitir apreciacao indevida de sua moeda, seguida por intensa desvalorizacao. Veja so' que bacana, so' pra usar um adjetivo velho. O real em poucos dias se desvalorizou 23% de seu pico. Os neo-isso-neo-aquilo dizem que o mercado esta' "seco". Entao o BC tem que regar a plantinha. O pais entusiasmado aplaude a sapiencia do BC, etc, etc. No entanto, quando em 1983 o BC desvalorizou a moeda 30% em uma penada, chamaram aquilo de "macrodesvalorizacao". E os adjetivos utilizados para o entao ministro de plantao foram impublicaveis.

Gostaria que alguem me explicasse:

1- Por que chamaram o fato de 1983 de macro, e agora chamam de "seca"?

2- Qual a diferenca para quem tem contratos em dolar entre uma terminologia e outra?

3- Qual a diferenca das intervencoes do Franco em 99 para a "irrigacao" prevista para o presente proximo?

4- Qual a diferenca em se sobrevalorizar a moeda em cambio controlado ou flutuante se o final da estoria e' sempre o mesmo?

Mas de qualquer modo fiquei muito feliz em saber que a crise financeira mundial acabou hoje. As bolsas subiram uma barbaridade! Amanha bem cedo vou sair correndo comprar acoes. Nem precisa ninguem me explicar porque o Dow Jones atual e' o mesmo de setembro 2005, quando as casas americanas ainda subiam de preco e as industrias vendiam o que nao podiam. Sem duvida o mercado "sabe" o que esta' fazendo e "the trend is my friend".

Abracao aliviado

Kleber S.

Li na Folha...excelente argumentação, primorosa análise
Abraços

Alex,

Voce disse o seguinte:

"Para aumentar o produto potencial só há três coisas para fazer:
1) Aumentar a qualificação da mão-de-obra
2) Aumentar o investimento
3) Aumentar a produtividade total dos fatores"

e tambem:
"O problema não é demanda; é oferta"

Alem do que o Kleber S. afirmou:

"Como funciona o crescimento industrial:

2- A empresa avalia que o mercado para seus produtos vai cescer no medio prazo.
4- A proposta de investimento - com o devido retorno estimado - vai para o conselho de administracao."

Sendo assim os juros deveriam cair e não aumentar. Para se aumentar o PIB potencial há de se investir em educação, escolas tecnicas etc... Seja atraves do governo (que vai se endividar pagando Selic) ou pela iniciativa privada (que vai pagar o emprestimo) o aumento dos juros inibe isto.
Pra aumentar o investimento em geral tds nos sabemos o que acontece ao subir os juros.
O 3° fator acho que tem mais a ver com a tecnologia.

Concordo com você que "O problema não é demanda; é oferta" e não se combate o problema indo no sintoma, no caso via contenção de demanda pra conter a inflaçao.
Pra se incentivar os investimentos, que se transformarão em oferta no futuro, é necessario que a empresa tenha perspectiva de venda e retorno, como disse Kleber S.
Sem demanda portanto nao tem investimento

(complementando...)
E mesmo que a demanda esteja forte por um lado; se pelo outro hover subida de juros, ou seja, aumento nos gastos da empresa para obter emprestimo para o investimento, este será reprimido.

Não seria o caso de uma politica mais discricionária, restringindo o crédito em setores como o da venda de automoveis que estao superaquecidos e incentivar investimentos em tds.

Abraço

Alex o que você acha a respeito da intervenção do BC no mercado de cambio?

Porque hoje a empresa que eu trabalho teve dificuldades para comprar dólares.A desvalorização do dólar hoje não acompanhou a tendencia das commodities,petróleo subiu.

ABS Fabio

Alex,
Voce tem que entender que o que eh bom para o Vicunha eh bom para o Brasil.
Esse eh seu problema, Alex, como todo economista de escola americana, voce nao tem visao estrategica.

"Depois de aumentarem os juros...
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, anunciou que o Brasil vai realizar leilões de venda de Dólar. Tudo porque a moeda tem se valorizado nos últimos dias, e encerrou hoje cotada a R$ 1,943 na venda, em forte alta de 4,03%.
Por que Meirelles? Logo agora que estava ficando bom!
Se todos admitem que o Dólar precisa chegar a, pelo menos, R$ 2,50, para manter a competitividade nacional, gerar empregos, melhorar a balança comercial, fazer a economia crescer mais, gerar mais renda, desenvolvimento e industrialização; qual é o problema do Banco Central?
Essas medidas de certa forma reduzem a inflação momentaneamente, mas que jamais resolvem o problema, que é crônico. Há centenas de anos o fantasma da inflação vive nos assombrando. É preciso que se tome medidas para combater o problema de uma vez por todas, e o problema é a nossa dependência: dependemos que as commodities estejam com um preço elevado no mercado externo; dependemos que a demanda interna não seja excessiva, pois não há suficiente capacidade instalada; dependemos das importações das peças dos produtos que montamos aqui para que esses produtos possam ser mais baratos; dependemos de que surja uma nova tecnologia em algum lugar para então melhorar nossa produção importando essa tecnologia; dependemos dos gastos públicos para distribuir melhor a renda nacional; e dependemos de tantas outras coisas que o Google não teria capacidade de armazenar se eu fosse descrever a todas. Basta lembrar quantas novas edições de moedas já tivemos.
Manter o Dólar valorizado, e os juros baixos, realmente leva a um surto inflacionário maior do que o que estamos vivenciando; mas pelo menos garante que gradativamente possamos diminuir essas dependências que sempre causaram pressões sobre os preços e continuarão a causar se as medidas tomadas forem sempre as mesmas. Resolve-se o surto da inflação, mas não resolve-se o problema da inflação, que teima em nos abalar, desde Dom Pedro I."


Retirei do Blog do Josué

http://economiapoliticabrasil.blogspot.com/

Alex não é a hora do BC vender dolares no mercado e sim comprar.Temos que aproveitar esse momento de desvalorização a desvalorizar mais o dolar para favorecer os exportadores.

Anônimo (22:08):

“Sendo assim os juros deveriam cair e não aumentar. Para se aumentar o PIB potencial há de se investir em educação, escolas tecnicas etc... Seja atraves do governo (que vai se endividar pagando Selic) ou pela iniciativa privada (que vai pagar o emprestimo) o aumento dos juros inibe isto.

Pra aumentar o investimento em geral tds nos sabemos o que acontece ao subir os juros.”

Quem lê este blog já sabe a resposta, mas, como há recém-chegados (ao mundo da lógica inclusive), volto ao tema.

Investimento é 100% demanda hoje, i.e., uma unidade de investimento é uma unidade de demanda; cada $1 que é investido não pode ser consumido, ou exportado, ou usado pelo governo.

Por outro lado investimento será oferta, não hoje, mas em algum momento futuro (minha estimativa com o Cris Souza, para o setor industrial, sugere algo como 13 meses). E, mais importante, não é 100% oferta adicional. Cada unidade de investimento aumenta a oferta pela produtividade marginal do capital, ou seja, 1% do PIB a mais de investimento vira uma fração de 1% do PIB a mais de oferta. Ou seja, resolver o problema de excesso de demanda via investimento só seria possível se cada unidade de investimento gerasse mais de uma unidade de oferta imediatamente.

Há um lugar onde isto ocorre, mas, para chegar lá, você precisa morrer primeiro e ter sido bonzinho sua vida toda...

Ricardo,

não é preciso nem argumentar, tenhamos apenas bom senso. Se cambio desvalorizado e juros baixos resolvessem todos os problemas macroeconomicos não haveria país pobre.

ED

Alex,

Sem querer ser chato mas ja sendo.
Ainda não me convenci de seu argumento.
O investidor quando planeja investir ele vai ter um gasto "x" total com este investimento. Seria irracional se ele nao previsse uma arrecadaçao (ou seja, produçao) superior a totalidade do investimento somado aos custos de produção (variaveis, os de curto prazo) nem que seja num horizonte de 10, 20 anos.
Num longo prazo portanto, 1% do investimento gerraria mais de 1 % do PIB, mas pensando apenas em cp nao necessariamente.

Como entao chegariamos a investimento correspondendo a 30% do PIB como o governo quer e a maioria dos "em desenvolvimento" (BRICS)estão?

Última dúvida:
Vc poderia explicar a identidade S=I. Contabilmente ate faz sentido mas nao vejo na pratica isso acontecer.

Desde ja agradeço

Alex,

Quanto as 3 fontes para crescimento, me ficaram algumas duvidas:

1)Se eu entendi bem, a solução "que sabemos" para aumento da qualificação da mão de obra é educação. Mas não tem uma discussão um pouco mais complicada aí se o investimento é em básica ou superior, cientifica ou em engenheiros e administradores? Como os modelos tratam isso?

2)Que maior investimento vem associado com maior poupança me pareceu meio intuitivo. Mas assumindo que os mais ricos poupam mais que pobres, oque impede uma conclusão de que maior concentração de renda se associa a maior taxa de investimento?

3)A maior produtividade total dos fatores ta relacionada a tecnologia mesmo? Nesse caso, qual é o tratamento da questao da inovacao? Depende so das condicoes de oferta? O juro alto nao influencia como custo de oportunidade?

Abs,

Anônimo (23:12):

Imagine um empresário que tenha a oportunidade de fazer um investimento com uma taxa de retorno de 25%, i.e., ele investe 100 e, todo ano, este investimento rende 25. Incrível, né? Tem que fazer e ele faz.

Só que os 100 de investimento são demanda e isto aumenta a oferta em apenas 25/ano. Portanto, no ano que o investimento ocorreu, houve um desbalanceamento entre demanda e oferta que será corrigido por aumento de inflação, ou aumento de juros para fazer os demais componentes de demanda agregada se adequarem à oferta.

Claro que, ao longo do tempo, a capacidade de crescimento cresce com o investimento, mas achar que - se você tem um probelma de excesso de demanda num determinado momento - você sai do problema investindo mais, simplesmente não fecha.

Quanto a aumentar a taxa de investimento de 18% para 30%, é preciso que 12% do PIB venham de algum lugar.

No Brasil a composição da demanda é mais ou menos a seguinte:

Consumo: 61%
Investimento: 18%
Consumo do governo: 20%
Variação de estoques: 1%
Exportação: 13%
Importação:13%

Quem vai cair como % do PIB? Pode ser o consumo, pode ser o consumo do governo, ou pode ser que importações cresçam mais que exportações, mas um destes tem que ocorrer.

Cá entre nós, o que me parece mais fora de lugar é 20% de consumo do governamental (a média entre países grandes da AL é cerca de 13%), mas acho que há poucos que acreditam nisto.

Abs

"2)Que maior investimento vem associado com maior poupança me pareceu meio intuitivo. Mas assumindo que os mais ricos poupam mais que pobres, oque impede uma conclusão de que maior concentração de renda se associa a maior taxa de investimento?"

Uma maior concentracao de renda DE FATO aumenta a taxa de poupanca - e esse eh o motivo que muitos economistas quermesseiros sao a favor de desvalorizar o cambio, pois uma desvalorizacao do cambio transfere renda do trabalho para o capital. Eh logico que o Delfim, a turma da FIESP, o Belluzzo nao explicitam esse argumento, pois politicamente incorreto, mas toda vez que cada um desses aparecer na TV ou no jornal falando em desvalorizacao, eles estao fazendo isso por acreditar que o efeito da desvalorizacao eh comprimir os salarios reais e aumentar as margens de lucro.

Eh a esquerda brasileira.

I = S <->
I = Se + Sg + Sp <->
I = M - X + Yg - G + Yp - C <->
Yg + Yp = Y = C + I + G + X - M,
sendo Yg e Yc a renda do governo e dos consumidores respectivamente, Se = poupança externa, Sg = poupança do governo e Sp = poupança privada.

Alex você ta errado, lembre-se que aumento de demanda só gera inflação imediatamente na hipótese de uso pleno dos meios de produção, o que no Brasil é inegávelmente falso. Agora, realmque vai propiciar maiores níveis de crescimento sem inflação no futuro (i.e. maior capacidade ente um aumento do investimento em t nunca vai diminuir a inflação em t, mas vai diminui-la em t+n (n sendo o tempo de realização do investimento), o produtiva).

ABS Ricardo

"Meios de produção"? É um bocado marxista. O pessoal da Vicunha sabe desta sua faceta?

Sugiro olhar para o gráfico deste post (não está nele só para decorar; ele conta uma historinha) antes de se pronunciar sobre quão distantes estamos de pleno-emprego.

A inflação no Brasil é culpa dos produtos importados,se você incentivar as exportações com política industrial.

Defendo um Brasil mais justo,com cambio desvalorizado,menos impostos para os exportadores porque eles é que produzem.BC coloca o juros altos para sustentar correntistas.Esse dinheiro deveria ir para o setor exportador.

Alex você não acha que existe limites para intervenção estatal na economia?

O tesouro pretende dar um trilhão de USD para os bancos com dinheiro do contribuinte,como os EUA não tem esse dinheiro vão ter que emitir títulos públicos aumentando a divida interna.Os erros foram cometidos pelo FED que colocou juros durante muito tempo baixo.1% ao ano,isso já era de se esperar.Erro de regulação não houve porque a economia americana é muito regulada.

Bernake tem que colocar o juros em 8% para desinflacionar a economia.Depois que a inflação baixa o juros cai e a economia volta a crescer.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM883918-7823-O+ECONOMISTA+ROBERT+FENDT+FALA+SOBRE+A+CRISE+AMERICANA,00.html



Esse video foi da entrevista de Robert Fendt no conta corrente aonde ele critica essas atuações do FED.

Já mostrei que a inflação NÃO é importada:

http://maovisivel.blogspot.com/2008/06/inflao-contagiosa.html

http://maovisivel.blogspot.com/2008/09/ainda-o-preo-de-commodities-e-inflao.html

Já parou para pensar (eu sei das suas dificuldades, mas se você fizer um pouco ao dia vai se acostumar) que o preços das commodities vem subindo há tempos e a inflação só se acelerou a partir de meados do ano passado, justamente quando a utilização de capacidade passou 85%, ou você acha que tudo na vida é por acaso?

"Defendo um Brasil mais justo,com cambio desvalorizado,menos impostos para os exportadores porque eles é que produzem"

Justo para quem cara-pálida? Para os trabalhadores que terão saláros reais reduzidos? (ver comentários acima)...

Aliás, as exportações estão indo mal mesmo: crescem apenas 30% ano ano até meados de setembro... Sinal claro de estagnação. Paro aqui para verter lágrimas por nossos exportadores...

Eu não vejo isso.As exportações do Vicunha não subiu tanto,inclusive estamos sofrendo com a concorrência dos produtos importados.Se você visitar empresários do setor calçadistas daqui de SP vai ver que muitos sofreram com a apreciação cambial.

Recentemente foi ao nordeste a convite da CNI para visitar 3 cidades da paraíba Caruaru,Santa Cruz do Capibaribe e Toritama.Lá muitos empregos foram perdidos por conta do Jeans que era a principal fonte de economia da cidade.

A inflação baixa foi ruim para o Brasil estagnou praticamente o pais durante 10 anos.Nos tempos da inflação o rendimento da poupança era de 30% ao mês hoje e 0,5%.

Com o fim da inflação muitos bancos quebraram.As taxas de desemprego com a inflação em 94 era de 4,5% hoje é de 8%.

Ricardo:

Se você não consegue ver, não tem problema. Entre no sítio do MDIC

www.mdic.gov.br

Lá você vai ver o comportamento das exportações de todos exportadores e, quem sabe, descobrir que o mundo é maior que a Vicunha.

Ionathan:

Esta foi a coisa mais cretina que li desde o artigo do Mario Pochmann no último domingo.

A poupança rendia 30% e a inflação era 40%. O poupador PERDIA dinheiro.

Segundo, o crescimento acelerou depois que a inflação caiu.

Terceiro, o desemprego NÃO era de 4,5%. Se fosse medido pela mesma metodologia de hoje (a série começou pra valer em mar-02) seria bem maior.

Quarto: eu nunca imaginei que fosse encontrar alguém com saudade da hiperinflação. Sugiro que você corra a um museu e peçam para empalhá-lo; na impossibilidade disso apresente-se ao zoológico...

O Nacif tem saudades da hiperinflacao. Outro dia ele estava tecendo loas aos bons tempos do CADE (esse o nome?), o orgao que fazia controle de precos durante o periodo da hiperinflacao.

"A inflação baixa foi ruim para o Brasil estagnou praticamente o pais durante 10 anos.Nos tempos da inflação o rendimento da poupança era de 30% ao mês hoje e 0,5%".

Eu sinceramente não acredito que seja um economista - nem ao menos aluno de economia - que tenha escrito tamanha burrice.

Lamentável.

G.Howe